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Sócia do Vitória acusa segurança do clube de ameaçá-la de morte: “Ele disse que eu estava encrencada”

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Caso envolvendo suposto policial que atua como policial militar choca torcedores (Foto: Arena Rubro-Negra)

Uma confusão no último final de semana poderia ter acabado em tragédia no Barradão. É o que demonstra o relato da sócia-torcedora e advogada Suzi Vieira, em contato com o Arena Rubro-Negra. Ela conta que foi ameaçada por um segurança nas proximidades do Barradão, enquanto distribuía panfletos para a convocação da uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE), que visa pedir o afastamento do presidente Ivã de Almeida. Segundo ela, tudo corria bem, até que um suposto preposto do clube o ameaçou de morte.

“Estávamos fazendo a distribuição dos panfletos como sempre fazíamos. Eles até diziam onde era melhor para ficar e mais seguro, estavam controlando a área na maior animosidade. Quando descobriram do que se tratava, veio a ordem lá de cima para arrancar. Veio um senhor, eu estava ao telefone e um senhor agarrou os panfletos de minha mão. Eu puxei do outro lado e ele me derrubou no chão. Eu consegui tirar uma foto dele. Ele acabou vindo para cima de mim e agarrou o celular da minha mão. Ele pegou no meu braço, disse que iria me colocar num carro para me levar para uma delegacia, dizendo que eu estava muito ‘encrencada’ e que precisaria de um advogado”, conta.

Ainda de acordo com Suzi, a cena chamou a atenção de quem passava pelo local e se dirigia ao estádio para acompanhar a partida entre Vitória e Avaí, pela 20ª rodada do Brasileirão. A advogada conta ainda que teve uma arma apontada para ela durante o ocorrido.”A sorte foi de que a pessoa que estava comigo no telefone estava ouvindo e foi até meu encontro nas imediações do estacionamento. Um rapaz grande e alto intercedeu e disse que o segurança não iria me levar para lugar nenhum. Eu consegui meu telefone e aí ele me empurrou mais uma vez e eu caí. Quando eu levantei para sair de perto dele, o cara já foi sacando a arma e apontou para mim e para o rapaz. Eu fui para a frente da arma para ajudar o rapaz que tinha recuperado meu celular. Ele ficou com medo desse rapaz e disse: ‘eu vou matar vocês'”, relatou a rubro-negra.

Sócia há dois anos, Suzi relata tensão e diz que o clube não a procurou (Foto: Arena Rubro-Negra)

Sócia há pelo menos dois anos, ela identificou a irregularidade e prontamente confrontou o segurança, alegando que o exercício da atividade era ilegal, já que ele afirmou que era um policial militar. “Eu falei que era advogada e que também conhecia policiais, tanto civis quanto militares. Ele ficou repetindo que era militar. Mas como é que um militar pode estar aqui trabalhando se ele era segurança do Vitória? Como ele é militar e estava trabalhando para os outros? Isso é irregular. Ele abaixou a arma e, quando começou a temer e voltou para dentro do Barradão”, afirma.

Suzi também conta que procurou o clube para esclarecimentos, mas que não foi atendida pelo presidente em exercício, Agenor Gordilho. Na imprensa, o atual mandatário rubro-negro confirma ter conhecimento do caso, inclusive sobre a situação do segurança-policial, mas refutou ter sido procurado pela torcedora. “Esse episódio me foi relatado. Não fui procurado. Estou atento a todos os atos. Tomei conhecimento desse fato, uma das minhas filhas me alertou […]. Já acionei o responsável pela segurança, o Bruno da Hora, e o nosso chefe de marketing, o Valdir [Andrade], para amanhã eu ter esse assunto devidamente explicado minusciosamente para que os culpados sejam punidos e me retratar publicamente com os envolvidos. Se for realmente funcionário do clube, será punido e, se houver ação na Justiça, nós não hesitaremos em acioná-lo. Já temos um advogado acompanhando esse caso”, afirmou Gordilho, em entrevista ao programa Grito Rubro-Negro da Rádio Excelsior.

No entanto, a advogada nega veementemente ter sido procurada pelo presidente em exercício. “Ele deu uma declaração aduzindo que ninguém fez contato com ele. Fizemos sim, inclusive mandamos várias mensagens para ele, que foram entregues. Em uma reportagem, ele disse que ligaria após o almoço do dia dos pais e entraria em contato. Mas acho que o almoço do dia dos pais dura até hoje, porque ninguém falou comigo. Assim que ele está tratando a coisa”, critica a sócia-torcedora.

Advogada prepara petição para solicitar imagens da área externa do Barradão (Foto: Arquivo Pessoal)

Procurado pela reportagem do Arena Rubro-Negra para comentar o caso, o Vitória, por meio da assessoria de imprensa, se limitou a dizer que não daria explicações sobre o caso, que está ocorrendo “juridicamente”. “Ambas as partes já se defenderam e deram seus depoimentos. Agora é aguardar”, afirma o clube.

O caso foi registrado na 10ª DT de Pau da Lima. Ainda de acordo com Suzi, as imagens das câmeras de segurança já foram solicitadas para complementar a investigação. A OAB já está ciente. “Como é que pode uma situação como essa? Eu sócia-ouro, nunca passei por uma situação como essa. Estava recolhendo as assinaturas sem o menor constrangimento. A coisa está piorando, nunca havia visto relatos de violência assim. Há outras reclamações também de problemas de atendimento. Não sei o que está acontecendo”, questiona a torcedora, que cogita contratar um segurança para ir nos próximos jogos no Barradão.

“Não somos passarinho e nem cachorro pra um segurança querer atirar em mim”.


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