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O futuro pede passagem…

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Domingo, 28 de novembro de 2021. Ciente do risco iminente do rebaixamento do Vitória, lá estava eu, no Barradão, supostamente munido de resignação necessária à tragédia que estava por vir, como assim previ e pedi que os amigos rubro-negros também estivessem. O jogo esgotara seu tempo regulamentar enquanto conversava com dois amigos sobre os passos que precisaríamos dar, na condição de sócios-torcedores, para o futuro de nosso clube, quando aquela bola de fora da área balançou a rede de Lucas Arcanjo. Fui tomado por uma emoção incontrolável. Aos prantos fui acolhido pelos amigos e demais torcedores em volta. Fazia tempo que não sentia algo parecido. E não conseguia explicar pois estava certo de que fui ao Santuário emocionalmente preparado para o pior. Dias depois, conversando com um amigo por telefone, ele me trouxe uma justificativa plausível: “Você segurou isso ao longo do ano inteiro, irmão. Uma hora você não iria mais aguentar.” O Vitória me levou ao limite.

Obviamente que os resultados do Vitória em 2021 são consequência de uma série de absurdos que se prolongam há pelo menos trinta anos, período em que o clube vive sob a sombra de algumas figuras que se revesam – e até se unem – na guerra pela liderança da agremiação. Já nomeamos os responsáveis diretos por todo calvário que nos assola. E posso afirmar com segurança que eles não possuem escrúpulo algum pela dor que causam a quem ama verdadeiramente o Leão da Barra.

Uma solução prática para evitar momentos como os relatados no início deste texto seria afastar-me do Vitória, o que pra mim é irreal. Mas urge a necessidade de priorizar minha saúde emocional, psicológica, além de outras atribuições profisisonais que acabam desprivilegiadas frente à minha dedicação, sobretudo às funções que possuo neste Arena Rubro-Negra.

Por este motivo, após quatro orgulhosos anos à frente do maior site de notícias exclusivas do Esporte Clube Vitória, passo o bastão. Com alguma tristeza, por essa decisão ser resultado de um esgotamento psicológico, mas com muita alegria de ter contrubuído o quanto pude e, principalmente, de saber que o Arena continuará firme e em mãos ainda melhores que as minhas.

Ao longo de 12 anos de estrada, o Arena Rubro-Negra foi gerido – antes de dar-me a honra – por dois ilustres amigos: Ítalo Oliveira, a mente brilhante que concebeu este projeto; e Carlos Lima, a quem agradeço eternamente pelo convite a integrar esta equipe. E a partir desta data, outro ilustre amigo rubro-negro assume essa jornada. Uma pessoa que cumpriu um requisito fundamental da existência do Arena, que é abrir espaço para que jovens rubro-negros desenvolvam seus talentos na comunicação. Lembro de quando ele chegou, ainda menor de idade. É um dos membros dessa equipe que me trazem imenso orgulho pela entrega profissional, pela habilidade jornalísitica e pelo amor que sente pelo Vitória. O futuro pede passagem para Heider Mota.

Nem preciso, por fim, desejar um excelente trabalho a Heider, pois tenho convicção de que assim será. Preciso mesmo agradecer, e muito, pelo imenso companherismo dessa turma de amigos que se empenham em fazer do Arena Rubro-Negra uma arquibancada virtual, além do apoio de todos nos que acompanham e incentivam, dia a dia. E afasto desde já o clima de despedida. Permanacerei na equipe, longe das funções administrativas, mas colaborando nesta coluna Extracampo e onde mais essa turma de amigos precisar. Em 2022 o Vitória necessitará mais do que nunca de todos nós. E como diz o nosso hino: ‘O teu pavilhão nós vamos erguer, seremos Vitória até morrer’.


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