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O Vitória e o título do Nordestão de 2003

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*Escrito com Lucas Gramacho, da página Baú do Leão – EC Vitória

A edição da Copa do Nordeste de 2003, contou com 12 clubes, no formato mata-mata e jogos realizados durante a semana, devido falta de calendário e insatisfação da CBF com a realização do regional. A conquista, heroica daquele que era o terceiro título do Vitória no torneio a época, completou maioridade no último domingo.

Em meados de 2002, rumores davam conta de que clubes como o Vitória, o Bahia e o Sport, deixariam de disputar seus respectivos campeonatos estaduais para dar foco ao Campeonato do Nordeste como torneio de início de temporada. Mas não foi o que aconteceu. Tanto Bahia, quanto Sport, ficaram do lado da entidade máxima na dissolução da competição, que havia sido disputada seguindo o calendário formal da CBF pela última vez em 2002. Santa Cruz, Náutico, Confiança e Fortaleza, também abriram mão da vaga.

A primeira fase contou com oito clubes que se enfrentaram e decidiram seus destinos. O Vitória, que havia sido vice-campeão no ano anterior, iniciou a competição nas oitavas-de-finais diante do Sergipe. O Leão da Barra colocou sua nova safra da base para disputar o torneio sob a batuta do técnico Joel Santana, já que o elenco principal estava jogando o estadual. Apesar disso, houveram jogadores que foram cruciais com a camisa rubro-negra em ambas as competições. Em uma noite de quinta-feira, e em jogo único, o Leão fez sua estreia contra o Sergipe. Com dois gols do jovem Nadson, um de Leandro Domingues e outro de Jerferson, e avançou para a fase semifinal.

O adversário agora era o velho conhecido América-RN em jogos de ida e volta. Na primeira partida, no Machadão, o Vitória venceu por 1 a 0 com gol de outro talento da base, Alecsandro! O clube levou a vantagem para Salvador, onde fez um jogo movimentado, com Dionísio abrindo o placar aos 11 minutos do primeiro tempo. O América chegou a virar o placar faltando onze minutos para o fim do jogo, mas o Vitória contava com Nadson, que havia brilhado em um BaVi na semana anterior. No primeiro tento, o ‘Nadgol’ fez uma obra de arte marcando um golaço de bicicleta. O segundo, dois minutos depois, costurou a defesa toda do time potiguar e desempatou partida novamente.

Artilheiro da competição, Nadson marcou um golaço de bicicleta contra o América-RN na semifinal. (Foto: Reprodução)

Essa era a sexta final de Nordestão em que o Vitória chegava. O adversário seria o Fluminense de Feira, que tinha uma base formada em 2002, com atletas do Juazeiro, que foi duas vezes consecutivas vice-campeão baiano, em 2000 (1 turno) e 2001. O time de Feira tinha também a joia Obina, emprestado pelo Vitória, que fez o gol da classificação do tricolor para final. Seria segunda final consecutiva em dois anos entre as duas equipes, já que, em 2002, o Vitória havia vencido o título estadual em cima da equipe do Touro.

O jogo de ida, no dia 15 de março, aconteceu em um domingo chuvoso no Joia da Princesa. Jean Michel abriu o placar aos 6 minutos para os donos da casa, mas Nadson tratou de empatar minutos depois, levando o placar de 1 a 1 para casa. Jogando por um empate sem gols para ficar com o título, o segundo jogo aconteceu em uma sexta-feira à noite, com a presença de quase 3 mil pessoas que assistiram os dois clubes em jogo morno lutarem pelo troféu de melhor time do Nordeste. O Fluminense começou perdendo Matarazzo aos 3 minutos de jogo e o Vitória partiu para cima empurrado pela sua torcida aos gritos de “Negôôô”. Joel Santana ainda tentou dar agilidade a partida com duas subsituições, mas o placar continuou 0 a 0, e no final do jogo, com o Vitoria tocando bola, viu Paulo Musse ainda salvar o Leão no último lance da partida com uma defesa a queima roupa de Lulinha. Ao apito final, a torcida rubro-negra pode comemora aquele que era considerado o terceiro título rubro-negro na competição.

Com dois empates, o Vitória garantiu o títutulo do Nordestão de 2003 no Barradão e o capitão Xavier levantou a taça. (Foto: A Tarde)

Além da taça, o Vitória se destacou com a promessa Nadson sendo o artilheiro da competição com cinco gols. O Campeonato do Nordeste, mesmo boicotado aconteceu de forma underground, e o Leão mesmo jogando partidas em menos de 24 horas de diferença, conquistou os dois títulos que disputava naquele início de temporada.


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