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O Vitória não precisa de uma grande arena

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Vamos parar e pensar um pouco: quem são os times brasileiros que estão construindo grandes arenas por conta própria: Grêmio? Palmeiras? Times com folhas anuais e média de público muito superiores a do Vitória. Sem ajuda do governo (incentivo à Copa) só estes mesmo. O Sport está tentando viabilizar a sua. Público o time de Recife tem, mas até então o projeto não saiu do papel. Fora os estádios que são do governo (Mineirão, Maracanã, Fonte Nova, Castelão e Arena Pernambuco), apenas Corinthians, Internacional e Atlético-PR serão beneficiados.

O Vitória tem problemas crônicos que o impedem de ter uma grande arena. A média de público e o acesso ao seu patrimônio são os dois principais. É fato sabido que o Barradão só enche nos grandes jogos e quando o time está bem. A Via-expressa vai facilitar e muito a acessibilidade ao estádio, mas não garante o público. A estratégia precisa ser outra.

Vejo no América-MG um bom exemplo a ser seguido. Não, não é vender o Barradão a um consórcio que usurpará o dinheiro do clube durante anos. Se for pra isso é melhor ir pra Fonte Nova. Mas sim construir um estádio moderno, sem o luxo e a grandiosidade das grandes arenas, mas o conforto e a adequação necessária ao gosto da torcida rubro-negra, ao estilo do Independência.

O estádio mineiro tem capacidade para pouco mais de 23 mil pessoas. O ‘novo Barradão’ poderia ter uma capacidade superior, chegando aos 30 mil, o dobro da média de público anual do Vitória. Cobertura, setorização (poltronas pros sócios, cadeiras pros torcedores, arquibancadas para as organizadas), vidros no lugar dos alambrados, um bom gramado, melhores condições à imprensa, vestiários, estacionamento, coisas que não fogem da realidade do Rubro-Negro.

Ter uma grande arena é como comprar um carro de luxo. Tem que ter dinheiro pro seguro mais caro, pro maior consumo de combustível, tem que ter casa com garagem, tem que ter cuidado aonde trafega. O Vitória não tem condições e nem precisa de uma arena agora. No futuro, quem sabe, em um novo terreno. Mas agora não. E se o caso for emergência, a Fonte Nova, do governo e do consórcio, está sempre à disposição.

Sonhar alto é bom, ser ousado melhor ainda, mas é preciso ter os pés no chão (não na lama). É preciso voltar pra realidade e aceitar que o Vitória não tem o dinheiro, a organização e o profissionalismo dos grandes clubes do Brasil. Somado a isso o time não faz campanhas constantes e não conta com o apoio em massa da sua torcida. Diante de tantos argumentos é nítido que o clube não precisa de uma grande arena.


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