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O Vitória nos tempos do atletismo

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Além de suas tradicionais modalidades, como futebol e o remo, o Vitória conservou durante anos a prática de outros esportes no seio rubro-negro. O Decano foi responsável direto pela difusão de outros desportos na Bahia da primeira metade do século XX, e como tal, o atletismo não ficou de fora dessa.

No ano de 1905 foi disputada a primeira prova oficial de atletismo no Brasil, realizada em Salvador. No dia 15 de novembro daquele ano, aniversário da Proclamação da República, os corredores rubro-negros partiram do antigo Largo de Nazaré até a Avenida Sete de Setembro, no Corredor da Vitória. Disputando com outros dois clubes – Internacional e São Paulo, ambos da Bahia – a dupla formada por Henri Guedeville e Galvão conquistaram o primeiro lugar da prova, que foi comemorada com champanhe na casa do fundador do Vitória, Artêmio Valente.

O Departamento de Atletismo do clube foi inaugurado no ano seguinte, 1906, tendo Manoel Santos, mais conhecido como ‘Nelito’ como o principal responsável. A partir disso, o esporte foi se difundido, e surgiram atletas para lançamento de dardo, salto em vara, lançamento de peso, corridas com barreiras, obstáculos e provas rasas que eram disputadas no Rio Vermelho. O Leão da Barra chegou a ser campeão em todas as categorias no ano de 1931, tendo como adversários o Yankee, Brasil, Olímpico e AAB.

O salto em vara foi uma das modalidades do atletismo que foi incluída no Vitória. Na foto, o professor e atleta José Adeodata Filho treinando na garagem de remo do Vitória. (Foto: Um Menino de 84 anos)

Com a estruturação do esporte fora da Bahia, outras equipes ganharam destaque, como foi o caso do Vasco da Gama, detentor de muitos recordes de atletismo entre os anos 40 e 50. Apesar disso, em 1953, o Vitória chegou a quebrar o recorde do time carioca com sua equipe de revezamento 4×100, obtendo um tempo de 42 segundos. O clube contou com um reduzido time formado por nomes de peso do atletismo como Alfredo Gramacho, Raimundo Braga, Agenor Gramacho e Valter Gramacho. Os atletas fizeram provas exaustivas durante cerca de dois dias e conquistaram o campeonato daquele ano com três pontos de diferença.

Alfredo Gramacho foi um dos recordistas do atletismo rubro-negro na década de 50. (Foto: Um Menino de 84 anos)

Outros recordes foram quebrados nesta época em provas de saltos triplo e distância e também de 800 metros. Equipes femininas também figuraram no atletismo do Vitória, tendo inclusive desportistas que além de correr, disputavam outras modalidades como o basquete, caso da atleta Ivonilde. Devido a essa enorme contribuição no cenário esportivo local, findou-se a frase: “Não há competição na Bahia sem a presença da bandeira vermelha e preta”.


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