Anunciada oficialmente pelo Arsenal, a contratação de Gabriel Paulista causou barulho também por aqui. O que poderia ser apenas motivo de orgulho para o torcedor rubro-negro, ao ver mais uma de suas crias em ascensão no badalado futebol europeu, ganhou contornos de polêmica. Junto à notícia de sua chegada, havia uma entrevista concedida pelo jogador ao site oficial de sua nova equipe, na qual descrevia a sua trajetória como atleta e a sensação de estar ali. Ao ser perguntado sobre o que mais o agradava em atuar pelos Gunners, respondeu:
“Eu vim de um clube não tão grande assim no futebol brasileiro. Fui para o futebol espanhol, o que foi outro sonho realizado, atuar na Europa. Há um tempo atrás tinha um enorme desejo de jogar na Premier League, e, desde então, coloquei na minha cabeça que realmente queria fazer isto”.
Não tardaram a surgir as primeiras reproduções desta notícia por estas bandas, algumas com o trecho inicial citado já na chamada, dando ênfase ao mesmo. Não havia tom de menosprezo ou deboche nas palavras de Gabriel, e sim um misto de surpresa e encanto de um jovem que outrora atuava em um clube de médio desempenho no futebol brasileiro e agora tornava-se parte de um dos gigantes do cenário mundial.
A declaração de Gabriel diz menos sobre a percepção do mesmo em relação ao seu clube de origem, e mais sobre a abordagem escolhida por cada veículo na divulgação de suas notícias. Em tempos de informações em excesso e contagem de cliques, é preciso fisgar a atenção de alguma maneira, e a polêmica continua sendo uma das mais eficientes.
Em 2013, na ocasião de sua venda, já negociado há duas semanas e pendurado com dois cartões amarelos, Gabriel poderia ter forçado a suspensão e antecipado a sua saída, mas pediu para jogar e continuou em campo até quando foi possível. Atitude digna de quem reconhece a grandeza que o clube revelador representa em sua carreira.
*Por João Fernandes