Foram precisos 46 dias, sete vitórias, 16 gols e dois técnicos para que, finalmente, os atletas do Leão ouvissem da sua torcida os primeiros aplausos de 2015. Demorou, mas veio, e veio de forma que ninguém, muito menos os pouco mais de dois mil guerreiros que estiveram no Barradão na última quarta-feira (20) para assistir ao duelo contra o já eliminado Confiança, esperavam.
Os ingredientes da partida eram os piores possíveis: quarta-feira, horário ruim, time reserva e pouco futebol. Mesmo assim, ao receber mensagem de Mário Pinho e Marcello Góis, também repórteres deste Arena Rubro-Negra, me animei e fui para, pelo menos, trocar aquela resenha com os velhos amigos. Para completar, ainda fizemos a cabeça de André Reis (vulgo Borges) para que ele atravessasse a rua e também fosse ao santuário. E lá estávamos, mas, antes de sair do meu berço esplêndido, fiz uma promessa: “Não vou olhar o time titular de hoje para não desanimar!”. E não olhei.
Não tinha música, não tinha muita gente, mas tinha a gente. Logo a lembrança veio: “Meu Deus, hoje temos Mansur, Gabriel Soares, Rogério… WILSON!” Foi inevitável, mas disse: “Que m* vim fazer aqui?”. Só que eu não esperava que essa seria uma das poucas vezes que sairia do estádio sem ter me irritado.
Quando começou a partida, logo o Vitória brocou. Jorge Wagner, um dos mais criticados dos onze titulares daquela oportunidade, fez. Logo após Élton teve a chance, desperdiçou, mas depois mostrou que é artilheiro e contou com a sorte para desencantar. Rogério era o mesmo, um William Henrique melhorado. Wilson nem pegava na bola, nem saia do gol (normal). Mas o que impressionava era a vontade do camisa 10. Deu chapéu, corria, chutava… Estava com vontade de um menino. O 2×0 no placar, diferente das partidas anteriores, era justo e até pouco.
Veio o segundo tempo e a mudança de localidade. Fomos de encontro ao ataque leonino e lá ficamos entre as cadeiras e a torcida Camisa 12. Lá presenciamos o melhor momento do encontro, e não foi nas quatro linhas. Uma loira espetacular, com um shortinho covardia… Voltando ao jogo, o Leão continuava com vontade. Jorge Wagner muito bem, Dakson atento e participativo, Romário querendo a titularidade e Luís Gustavo estreando sob aplausos.
Ao o juiz apitar o final do jogo, o gosto era de “quero mais”. Gostei da vontade, da correria, mesmo que com pouca técnica. Dois a zero foi pouco, assim como os dois mil aplausos, que foram merecidos. A vontade de quero mais vai chegar até sábado, contra o Colo Colo no mesmo Barradão. Demorou, mas veio e tomara que fique mais, mas quero ouvir os mesmos elogios com Escudero, Neto, Nino, Flávio… Quero ouvir isso mais vezes, não que eles mereçam, mas por que nós merecemos.