No final dos anos 70, o Vitória passou a contar com a presença de mais um nome de peso em sua zaga. O clube que naquela década já havia tido Válter figurando em sua defesa, passou a contar com Xaxa e posteriormente Otávio Souto, atleta que chegou ao elenco com um claro objetivo, marcar o atacante tricolor Beijoca.
Otávio José Souto Pongelupppe nasceu em São Paulo no dia 06 de dezembro de 1951. Foi no juvenil do Palmeiras que começou no futebol, mas foi no Sul do país que fez carreira profissional. Começou pelo Ponta Grossense, do Paraná, em 1972. No mesmo ano jogou no Grêmio, em seguida no Colorado, Inter de Lajes e Figueirense. Enfim em 1975 chegou ao futebol do Nordeste, onde jogou nos dois rivais cearenses. Foi atuando pelo Fortaleza que chamou a atenção de um dirigente rubro-negro, que foi até a Capital Alencarina para contratá-lo. Na conversa para a sua contratação, o dirigente bateu na tecla de que Otávio teria que vir para marcar Beijoca. Foi desta forma que ele chegou ao futebol da Boa Terra em 1979.
Naquele ano o Vitória fez uma boa participação no campeonato nacional. No Baianão porém, o título esperado não veio. Nem Otávio, tampouco Gélson pararam o fatídico chute de Fito Neves na final contra o Bahia. Também o dera, com o técnico Aymoré Moreira, o paulista não foi escalado muitas vezes. Porém em 1980 a história estava para ser mudada. Sob o comando de Carlos Froner, Otávio compôs a zaga que comandou o Decano durante a campanha do título. Sendo capitão, dava ordens no vestiário para o time jogar avançado e os êxitos destas instruções vieram.
Porém, no penúltimo jogo do campeonato, em que o Vitória eliminou o Bahia com o placar de 1 a 0, Otávio recebeu um cartão amarelo que o deixou de fora da final. O xerife – apelido pelo qual era conhecido na zaga – deu uma de cowboy fora da lei. Afinal, alguém tinha que garantir o placar rival marcando o zero, e no entanto, era a virilidade da marcação de Otávio que tranquilizava a meta de Bagatini. Mesmo com os protestos de técnico e dirigente rival durante o campeonato. Mas na final contra o Galícia teve de estar ausente. A defesa se segurou bem sem sua presença e o Vitória abateu o Galícia por 1 a 0 garantindo o título. Otávio por sua vez, preferiu ficar do lado de fora do estádio. Lá dentro, teria que lidar com o nervosismo e aflição de ver um jogo na reserva. Mais tarde, só festa. No Bonfim e nos bares, o Vitória era o campeão.
Em 1981 o Vitória fez uma de suas melhores campanhas no Brasileiro. O clube chegou as oitavas-de-final da competição onde foi eliminado pro futuro campeão, o Grêmio. Mas antes mesmo do time gaúcho despachar o Leão da Bara no Olímpico, foi derrotado por 2 a 1 na Fonte Nova. Naquele jogo, Otávio foi coroado como o melhor em campo. No Baianão porém, o clube estava na empreitada para conquistar seu bicampeonato, mas uma derrota em 4 a 2 para o Bahia numa fase que sequer era decisiva abrasou os ânimos internos do time. Um dirigente acusou Otávio de ter se vendido, e diante da asserção do diretor, ele pediu para deixar a equipe. Com a perda do ídolo, que sondado pelo Bahia, foi contratado pelo América-RN, o Vitória acabou perdendo também o título naquele ano no BaVi final.
No ano seguinte, o rival contratou Otávio, que chegou junto a outro ex-rubro-negro, Russo. Lá encerrou sua carreira no ano de 1983 e hoje em dia vive na cidade de São Paulo.