Em 23 de abril de 1954 nascia em Salvador, Jorge Augusto Ferreira de Aragão, conhecido nas quatro linhas da Boa Terra como Beijoca. Ele se destacara pelo Bahia num primeiro momento de sua carreira, na década de 70, mas já nos anos 80, viera para o plantel rubro-negro. Entre gols e brigas, fez jus a sua fama de valente, brigando com atletas rivais e técnico do próprio time.
Beijoca, que foi revelado no Bahia no final dos anos 60, já acumulava passagens pelo Sport, Fortaleza e Flamengo quando enfim chegou ao Vitória em 1982. Marcou seu primeiro gol com a camisa rubro-negra num amistoso com o Botafogo em março. Já no dia 18 de abril, assinalou o primeiro em um jogo oficial, no triunfo em 2 a 1 sob o Galícia.
Naquele ano, ele só marcaria mais um gol pelo Leão. Na vitória em 3 a 2 sobre a Catuense, seu clube no passado ano, em que figurara como vice-artilheiro do Baianão, atrás somente de Dadá Maravilha, para quem rendeu provocações. Em um encontro promovido pela revista Placar, Beijoca disse que iria voltar a ser o atleta que intimidava os zagueiros, e que queria realizar o sonho de sua falecida mãe rubro-negra em ser campeão pelo decano.
Porém, o título não veio, e o camisa nove vermelho e preto só balançaria as redes novamente na 2° divisão de 1983 quando o Vitória derrotou o Guará com dois gols seus. No final de 1982, ele ainda se desentendeu com o técnico Paulinho de Almeida, por causa que o treinador exigia que ele perdesse 20 kilos por excesso de peso.
Daí em diante ele passou pelo Bahia, Leônico e Fluminense de Feira até retornar pra Toca em 1987. Nessa nova passagem, começou marcando em cima da Catuense, mas seu melhor desempenho foi num 4 a 1 em cima do Bahia de Feira, jogo em que marcou três vezes.
Porém, Beijoca ganhou destaque não pelos gols que voltara a fazer. Em um BaVi que terminou em 0 a 0 no dia 27 de junho, o atleta deu margem a sua fama de encrenqueiro. Dize-se que Eduardo Morais, dirigente rubro-negro, lhe ordenou que batesse em Claudir, atleta do rival. No fim das contas, Beijoca acabou acertando um soco em Edinho e em seguida no lateral Émerson. O árbitro o expulsou de campo junto a outro atleta do Leão, Lúcio. Enquanto Edinho e Joãozinho do Bahia também acabaram com o cartão vermelho após o engalfinhamento. Após o jogo que terminou sem gols, Beijoca chegou a declarar que o pessoal do Bahia era frouxo e pipoqueiro.
No total, fez 13 gols nas duas passagens em que obteve pelo clube e encerrou sua carreira três anos mais tarde no Gama. Amanhã, o ex-atleta completa 65 anos de vida, dos quais, cerca de três foram dedicados ao Esporte Clube Vitória.