No último domingo (8), a equipe feminina do Vitória disputou o primeiro jogo da final do Brasileirão Série A2 da categoria, após ter garantido vaga na final e a classificação à divisão superior vencendo o Inter de Porto Alegre, em pleno Beira Rio.
A decisão, contra o Minas Icesp-DF, levou cerca de 1.700 torcedores ao Barradão. Público baixo para o apelo do jogo, porém, o maior de uma partida do futebol feminino no estádio, o que já deixou as meninas imensamente satisfeitas.
Há um esforço conjunto para que essa equipe dê certo. Distante da obrigação imposta pelas instâncias administrativas do futebol mundial para sua existência, o clube é pioneiro na categoria, na qual representou as cores vermelha e preta em competições estaduais e nacionais, formando ainda uma divisão de base da categoria.
Em cada profissional que lida direta ou indiretamente no esporte, há um prazer em incentivar a modalidade e a independência de meninas e mulheres cheias de contextos, empoderando-as a derrubar uma barreira inoportuna de que o futebol não tem espaço para elas.
Mas, neste domingo, o maior algoz de todo esse trabalho tentou manchar a festa rubro-negra. Torcedores com atitudes machistas, ignorantes e condenáveis, lançaram ao campo desprezíveis palavras, conforme triste desabafo da colega Vanessa Fernandes no vídeo abaixo.
Seremos máxima reação a cada mínimo clichê machista. Tenha certeza, também achamos muito chato ter que falar disso. Mas, o único modo de não falar é abrindo a cabeça e evitando tais lamentáveis posturas.
Lembramos que as atletas do futebol feminino são funcionárias do Vitória. E essa situação remete à campanha “Deixe Ela Trabalhar”, já evidenciada pelo Arena através do texto brilhante da jornalista Juliana Lisboa (que utilizou de forma muito oportuna um espaço nobre da TV local para bater mais uma vez no assunto).
O jogo de volta entre Vitória e Minas Icesp-DF será nesta quinta-feira (12), às 15h, no Estádio Maria Abadia, em Ceilândia-DF. As Leoas precisam de uma vitória simples para levar o título. E para serem respeitadas, precisam de quê?
