Saldo positivo. Assim podemos resumir a temporada do Esporte Clube Vitória neste ano de 2013. Mesmo com os fracassos no Campeonato do Nordeste, Copa do Brasil e Sul-Americana, o elenco do Leão deixou boas impressões no campeonato mais importante da temporada: a Série A.
Começando o certame com certa desconfiança por parte da torcida, até mesmo por ter sido eliminado pelo Salgueiro na Copa do Brasil, o time do então técnico Caio Júnior estreou diante do Internacional, equipe que era dada como uma das favoritas a levantar o caneco. E o primeiro tempo deixou boas impressões aos leoninos: Gabriel Paulista, então titular da zaga, e Maxi Biancucchi deixaram o Vitória com a vantagem no placar, mas, no segundo tempo, as dificuldades e carências vieram à tona. Mesmo jogando em casa e com a oportunidade de contra-atacar por diversas vezes, o Leão pouco produziu naquela segunda parte, deixando clara a falta de peças de reposição dentro do elenco.
A partir deste momento surgiu uma dependência dos mais badalados atletas do elenco. Maxi Biancucchi, Escudero e Cáceres se tornaram essenciais no esquema tático e no desempenho do Vitória no campeonato. A necessidade de contar com os estrangeiros era tanta que o time não conseguiu dar continuidade a campanha que lhe credenciou a uma vaga na Libertadores no início da Série A. És que veio a parada para a Copa das Confederações, “férias forçadas” que viriam para a melhor preparação física, mas que foi prejudicial ao Leão naquele momento.
Queda de Caio Júnior
Uma equipe que jogava bonito e agradava a sua torcida e a imprensa. Essa era a frase usada ao citar o Vitória na primeira parte da temporada, mas que não se repetiu após a competição internacional entre as seleções continentais. E aí criticas começaram a surgir e o técnico Caio Júnior aparecia cada vez mais balançado no cargo de treinador. O time não jogava bem, perdia fora de casa e não passava nenhum otimismo ao seu torcedor. Além do estilo de jogo, Caio ainda contou com as seguidas contusões de Escudero e Maxi, o primeiro ainda foi afastado por um mês pelo doping.
Mesmo com todas as tentativas de levantar a moral do elenco, Caio Júnior não conseguiu continuar a frente dos jogadores. A partida contra o Criciúma marcou a primeira derrota do Rubro-Negro no Barradão. Então veio a preocupação com a zona de rebaixamento e a necessidade de recuperar logo os seus principais atletas (Maxi continuava fora).
Chegada de Ney Franco
Após a demissão de Caio Júnior, a diretoria do Vitória foi rápida e contratou um treinador que já era um desejo antigo. Ney Franco mal chegou e já treinou o time contra o Flamengo, um dia após assumir o cargo. Só que a partida contra os cariocas ainda deixava “sequelas” do antigo comandante. Só no segundo tempo, quando Ney Franco teve a oportunidade de conversar com os jogadores desde a sua chegada, o Leão melhorou e passou a mostrar outro estilo jamais visto anteriormente.
A partir daquela derrota os comandados do experiente treinador ficaram sete rodadas sem conhecer o lado ruim do futebol e mostraram qualidade e um estilo de jogo ofensivo e ousado. A prova disto veio no duelo contra o Atlético – PR, no Dorival de Brito, em Curitiba. O time abriu 3×0 no placar, mas deixou o Furacão empatar e quase virar para 4×3. Apesar de se comportar bem em campo, o filme de viradas históricas rivais voltava a passar na cabeça dos torcedores. Foi aí que a estrela de Ney Franco brilhou. O técnico sacou o volante Marcelo e lançou William Henrique, jogador que ainda não tinha passado por Botafogo-Ba e Asa- AL sem sucesso naquela temporada, e o “Pica-Pau” foi fundamental para a conquista dos três pontos. O atleta marcou um gol e deu passe para outro, selando assim o 5×3 no placar.
E aquele jogo não se tornou uma exceção. O “professor” passou a escalar a equipe com 3 e até 4 atacantes contra e times como Flamengo, Botafogo e até mesmo o líder Cruzeiro.
Ney Franco não ficou só conhecido pelo seu futebol ofensivo, mas também por dar oportunidades a jogadores mais jovens e talentosos. Marcelo, Luiz Gustavo e William Henrique são exemplos das “descobertas” de Ney “Fergunson”, apelido dado ao treinador pela massa leonina. A quinta colocação no campeonato só foi um detalhe a mais. O que realmente importou foi o espírito vencedor da equipe e o pensamento que podemos chegar mais perto dos nossos sonhos.
Enfim, o ano de 2013, apesar de ter colecionado decepções, serviu para mostrar que podemos programar um 2014 vencedor desde o Campeonato Baiano até chegar ao Brasileiro. As manutenções de atletas como Ayrton, Juan, Escudero e Maxi serão fundamentais nesse planejamento e cabe agora a diretoria ser inteligente e entregar ao torcedor um time digno da campanha deste ano.