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Rubro-Negro presente em 169 jogos seguidos aposta em assiduidade da torcida para crescimento do clube

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Ir a um estádio de futebol ver os jogos do time do coração é para alguns uma espécie de lazer. Para Marcus André Lyrio, torcedor e conselheiro do Esporte Clube Vitória, essa prática se tornou uma devoção. São 169 jogos seguidos presentes em partidas do Leão, dentro e fora de Salvador. A paixão pelo clube já invadiu o campo profissional e praticamente define o rumo da vida deste torcedor.

O Arena Rubro-Negra conversou com Marcus Lyrio, que falou sobre essa sequência, sobre a sua história com o time, além do momento do clube, questões polêmicas como o Barradão e a eleição, e apostou em um título de expressão em 2013.

Marcus, há quantos jogos seguidos do Vitória você está presente?

Com o jogo ontem, contra o Grêmio na Arena, seriam 170 jogos em sequência e ininterruptos acompanhando o Vitória, sendo 93 jogos em Salvador e 77 fora da capital baiana. Mas como houve uma confusão com a empresa aérea durante a conexão no Rio de Janeiro no dia anterior, acabei interrompendo essa sequência nos 169 jogos.

Resultados:

  • 86 triunfos: 55 em Salvador e 31 fora
  • 45 empates: 22 em Salvador e 23 fora
  • 39 derrotas: 16 em Salvador e 23 fora

Jogos:

  •  Série A 2010: 05
  • Copa do Nordeste 2010: 03
  • Baiano 2011: 22
  • Copa do Brasil 2011: 02
  • Série B 2011: 38
  • Baianão 2012: 26
  • Copa do brasil 2012: 08
  • Série B 2012: 38
  • Copa do Nordeste 2013: 08
  • Baianão 2013: 12
  • Copa do Brasil 2013: 04
  • Série A 2013: 04

São 8 jogos em 2010, 62 em 2011, 72 em 2012 e até o momento 27 jogos em 2013.

Qual a motivação para essa sequência?

Na realidade essa sequência começou no final de 2010, no dia 07 de Novembro, um dia antes do meu aniversário, no jogo contra o Cruzeiro no Barradão. Naquele momento, o Vitória não estava bem no campeonato brasileiro e enxergava que como torcedor minha ajuda era acompanhar o Vitória até o final. Além do Brasileirão, estávamos jogando a Copa do Nordeste, que por sinal ganhamos o título. Fui até o fim e apesar do Vitória não ter perdido nenhuma partida mais naquele ano depois desse jogo contra o Cruzeiro, infelizmente caímos para a série B.

A partir daí resolvi que iria acompanhar o leão em todos os jogos do ano seguinte e me planejei e me preparei para isso. Em 2011 foram 62 jogos e um ano muito ruim em campo para o Vitória.

Para manter a motivação para a rotina de viagens, entradas e hotel, resolvi estabelecer a meta de chegar aos 113 jogos seguidos acompanhando o Leão no ano que ele faria 113 anos de existência, e essa marca ocorreu num jogo emocionante pela Série B daquele ano, onde ganhamos do ABC por 1×0 em Natal, com gol de Victor Ramos, aos 48 minutos do segundo tempo. Resolvi ir até o final do ano.

Agora, que o time voltou à Série A e teremos jogos nas grandes capitais, o que facilita muito a questão de vôo e deslocamento, estou na sequência e pretendo ir até o final do ano com nosso Leão.

Mas desde pequeno acompanho o Vitória nos estádios Salvador a fora. Minha primeira viagem para fora de Salvador foi com 9 anos, numa partida pelo campeonato baiano de 1985, em Itabuna, no sul da Bahia, onde o leão empatou por 1×1.

As viagens são bancadas apenas por você? Nenhum patrocínio?

Sim, todo custo referente as viagens são de recursos próprios, sem nenhum tipo de patrocínio, e os jogos em Salvador vou como sócio SMV, aliás, sou sócio desde quando o Vitória lançou seu primeiro programa de sócio torcedor, o “Vitória Mania”.

O que você conseguiu ver de diferente nessas viagens que mais te chamou atenção em relação aos jogos em Salvador?

Rapaz, o que consegui constatar é que a torcida do Vitória é grande e está espalhada em todos os cantos do Brasil. Muito legal encontrar rubro-negros apaixonados espalhados pelo país, e até por estar longe do time, esses torcedores são mais pacientes durantes os jogos. Esses dois últimos anos na série B me fez conhecer cidades distantes nesse interior do Brasil. Cidades como Arapiraca, Varginha, Juazeiro do Norte, Criciúma, Paulista e Salgueiro em Pernambuco, por exemplo, sempre tiveram torcedores do Vitória presente nos jogos.

Sendo uma pessoa rodada por estádios do país a fora, qual a avaliação que você faz da situação atual do Barradão?

O principal problema para mim referente ao nosso santuário é o acesso. Hoje, nas grandes cidades, o problema de transito é uma realidade, infelizmente, e quando temos jogos com grande presença de público, ou jogos em horários próximos ao rush, a dificuldade aumenta. Acredito que se tivéssemos um pouco de boa vontade do poder público e com um pouco de criatividade o problema de acessibilidade diminuiria. Existe um projeto de uma via exclusiva que ligará a Paralela ao Barradão, e que acredito melhore também essa questão.

Outro ponto, que não podemos esquecer é o conforto. Para competir hoje com a TV e o conforto de nossas casas, precisamos buscar alternativas de melhorias no Barradão, como estacionamento, cadeiras em todo estádio, cobertura, entre outras. Temos que entender que o torcedor é um cliente e como tal tem que ser atendido de forma especial.

Entre modernizar o atual Santuário, se render à Fonte Nova ou pensar em outra opção, seja ela um novo local ou mesmo o Pituaçú, por qual linha segue o seu pensamento?

Meu pensamento segue para o que for melhor para o Vitória, agora e principalmente no futuro. O Barradão foi um marco na estória do nosso clube e deve ser usado em todos os sentidos, inclusive como barganha para negociações, como moeda de troca para um novo empreendimento ou até mesmo para se tornar uma Arena, que dê conforto ao nosso torcedor e uma alavancada em nossas receitas. Penso que se o clube hoje ganha um valor x, e vai ganhar um valor y indo para a Arena, por exemplo, temos que buscar 2y, e isso passa por participar de todas as receitas que uma Arena pode proporcionar. O fato é que para poder opinar com certa precisão seria necessário ter acesso a números e dados detalhados sobre todo o processo.

Em um ‘mix’ de opiniões de torcedor e conselheiro, quais as suas perspectivas futuras, próximas e distantes, para o Vitória a partir de 2013?

Rapaz, sinceramente falando, tenho certeza que o Vitória tem um grande potencial e pode se tornar um dos principais clubes de nosso pais. Hoje, os clubes medianos tem uma receita maior que tempo atrás, porém a diferença está maior comparada com a receita dos grandes clubes, notadamente do G12. Precisamos ser criativos, ter uma gestão eficaz e muita disciplina para seguir o que for planejado e tentar diminuir essa distância. Dois pontos para mim são fundamentais para isso: aumentar consideravelmente o número de sócios torcedores e aumentar nossas receitas nessa onda das Arenas.

Para aumentar o número de sócios será preciso entender o que o torcedor quer e tem que ser visto como cliente. Um pacote de ingressos é só uma ponta desse processo, mas um atendimento de qualidade para esse torcedor, ações comerciais e conforto são imprescindíveis. A questão da Arena é o que falei na pergunta anterior, precisamos potencializar receitas.

Agora, tudo isso tem quer ser feito para buscar títulos de expressão para nosso time. Não adianta ganhar um título esporadicamente e ficar ‘trocentos’ anos fugindo de rebaixamento e etc.. Temos que ter uma estrutura que garanta o Vitória sempre entre os primeiros, que aí, títulos virão.

Acredito que ainda nesse ano podemos ganhar um título internacional, porque é muito provável nossa participação na Copa Sul-americana – que dá uma vaga nas Libertadores, a principal competição do nosso continente. Precisamos focar nesse assunto, porque acho que é viável e os adversários não são os maiores clubes da América.

E quanto a eleição, qual a dica que você deixa para quem avalia as prováveis chapas concorrentes?

Acho que todo processo eleitoral gera debates e isso reforça a democracia. Sinceramente, não tenho dica para dar, mesmo porque não tem ainda chapa formada em nenhum lado pelo que sei. Hoje, sou conselheiro até o final do ano e não sei se continuarei, nem estou preocupado com isso. O certo é que torço muito para que o Vitória sai ganhando nesse processo.

E o Vitória pra você?

É um clube que aprendi a amar desde muito novo e que vivo desde sempre com muita intensidade. Meu pai era Vitória e me deixou esse bom gosto. Desde 1985 acompanho o Vitória nos estádios, e conto nos dedos os números de jogos que deixei de ir em Salvador desde então. Junto com 3 amigos, o Fabio, Rubem e Flavio fundei a maior torcida organizada do Vitória. Hoje, dentre os negócios que tenho sou sócio das lojas Leão da Barra, que tem quatro unidades em Salvador e vende produtos oficiais e licenciados do clube. O Vitória é a minha vida!

Esclarecimento:
Momentos após a divulgação da entrevista, fomos informados de que Marcus Lyrio não esteve presente no jogo contra o Grêmio na Arena, como esperávamos e divulgamos. Marcus explica que houve um problema com a empresa aérea GOL durante uma conexão no Rio de Janeiro e por conta disso foi impedido de chegar a partida. Lamentamos imensamente pela quebra da sequência e informamos que alguns dos dados da matéria estão equivocados.
Com as necessárias desculpas,
Equipe Arena Rubro-Negra


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