As categorias de base sempre foram o carro-chefe do Vitória. Ao longo dos anos 90 e o início dos anos 2000, vários jogadores saíram das ‘canteras’ rubro-negras para ganhar o mundo, mas nos últimos tempos, tem sido cada vez mais raro talentos saírem da base para o profissionais.
Para modificar o panorama, o diretor de futebol, Petkovic, reduziu a quantidade de categorias na “Fábrica de Talentos”. Ao invés de sete, o Vitória terá cinco times na formação de atletas: sub-13, sub-14, sub-15, sub-17, sub-20.
“Vamos ter cinco categorias: o sub-13, 14, 15, 17 e 20. A gente tem uma idade que vai sair, não vai poder jogar a Taça São Paulo. O Sub-20 vai ser formado por jogadores que vão poder jogar a Taça São Paulo, e também por aqueles que a gente acha que vão poder completar o profissional. A gente entende que não tem necessidade de ter a categoria sub-18, a gente entende que o sub-20 pode suprir isso”, disse o diretor em entrevista coletiva.
O sub-18 do Vitória foi a base do Atlântico, que chegou na final do Campeonato Baiano sub-20 contra o próprio Vitória e perdeu nos pênaltis. Mesmo assim, será desativado. De acordo com o Nelsinho Góes, diretor das categorias de base, uma parte dos atletas serão aproveitados.
“Quando reduz essas categorias, já tem um impacto financeiro de redução disso, porque são menos atletas e menos profissionais. Isso impacta na folha mensal e na folha anual e não perde tanto a qualidade, porque fica com os melhores jogadores. O sub-16 tem mais ou menos 25 a 30 atletas e o sub-17 também, então são quase 60 atletas. Vamos reduzir para 30 atletas. Quando a comissão, juntamente com a gente faz esse planejamento, tem que ser criterioso e ficar com aqueles que entende serem os melhores”, disse Góes em entrevista aos Galáticos Online.
A saída do sub-16 e sub-18 adequa ao Vitória na realidade brasileira. Dos 20 times da primeira divisão, somente o Grêmio tem a categoria sub-16. Nos restantes, as categorias que prevalecem são sub-15, sub-17 e sub-20.
Cada categoria tem o seu papel na formação. A sub-15, antiga infantil, é a categoria de inicialização da aprendizagem e preparação para a carreira. É nessa fase que os garotos começam a ter noção do dia-a-dia de um atleta profissional com competições nacional. Em geral, são partidas com duração de 70 minutos, sendo dois tempos de 35.
A sub-17, antiga juvenil, é a categoria de transição. É nela que os jovens passam por um período de correção e preparação para o profissional. Os jogos são de 80 minutos.
A categoria de sub-20, a antiga junior, é aquela que a formação é concluída e começa a transição para o futebol profissional. Os jogos já tem a mesma duração da categoria principal.
Legislação
Os clubes priorizam as categorias sub-15, sub-17 e sub-20 muito por conta da legislação. De acordo com a Lei Pelé, o atleta só pode assinar um contrato de formação a partir dos 14 anos. Logo, quem mantém categorias abaixo desse limite corre o risco de ver algum talento debandar para o outro time.
O Vitória terá as categorias sub-14 e sub-13. Essas categorias serão o começo do aprendizado. As partidas são de 50 minutos com parada técnica na metade de cada tempo.
Futuro
A ideia de Petkovic é implantar o sub-23 no Vitória para terminar a transição do sub-20 para o profissional. Esse modelo já existe no Grêmio e no Atlético/PR, clube em que Pet foi manager da categoria.
No Grêmio, o sub-23 serve de lastro para o profissional. Além dos atletas do sub-20, que estouram a idade, o time conta com jogadores contratados com um baixo custo, mas com potencial.
A grande dificuldade que o sérvio terá para implantar o sub-23 é a falta de calendário. Na Bahia, por exemplo, o time só disputaria a Copa Governador do Estado.