Insustentável no cargo, Argel foi limado depois do papelão na eliminação da Copa do Nordeste. Perder a classificação para o rival e brigar nos vestiários foram o suficiente para por fim à história construída em sete meses de clube. O início avassalador serviu como maquiagem para um problema maior que estava debaixo dos planos: a falta de planejamento para o Vitória na temporada. De longe, as 21 vitórias e três derrotas em 28 jogos de Argel pelo Leão assustam e podem até causar inveja.
Mas quem via a forma de jogar do Leão da Barra percebeu que o time não iria longe numa Série A e brigaria mais uma vez para não cair. A instabilidade dentro de campo também ganhou eco fora das quatro linhas. O ambiente político do Vitória chegou a ter mais destaque que o próprio desempenho nos gramados.
Não precisou de muito tempo para os principais apoiadores da chapa vencedora das eleições no clube começassem a desaparecer do clube. Logo em maio, o diretor jurídico do clube, Augusto Vasconcelos, pediu desligamento e alegou questões profissionais que o impediram de permanecer no Vitória. A decisão veio em um momento de turbulência, quando o trabalho de Petkovic e Sinval Vieira foi motivo de sabatina no Conselho Deliberativo. O diretor de futebol chegou a entregar o cargo, mas foi convencido a continuar.
Não demorou muito para que Sinval também pedisse o chapéu e abandonasse o clube nas mãos de Petkovic, que acumulou três funções no Vitória. Em entrevistas, o ex-dirigente do Leão afirmou que criaram um “clima de guerra” no rubro-negro.
Aliados políticos já não defendiam a gestão. Isolado, o presidente Ivã de Almeida, que sequer era visto com frequência no Vitória, se licenciou um mês depois, em julho, deixando tudo nas mãos de Agenor Gordilho. O curioso é o fato de que o próprio vice-presidente chegou a romper com o mandatário do Leão. Ele disse pelas redes sociais que entregaria o cargo caso suas solicitações não fossem atendidas em 10 dias. Em nova reviravolta, Agenor assumiu o clube e tocou o Vitória até o fim de 2018.
Durante o comando do então presidente em exercício, Petkovic foi demitido do comando do futebol e Alexandre Gallo, contratado para assumir a vaga de técnico, também dançou. Com poucos jogos à frente do time rubro-negro, pouco se viu de melhora em relação ao restante da temporada. O Vitória agonizava.
O mês se encerrou com fortes emoções para o Leão da Barra. A chegada de Vagner Mancini para sua quarta temporada pelo Vitória se desenhava como uma das mais marcantes na história recente no rubro-negro.
Amanhã, o começo do desastroso do Campeonato Brasileiro com recordes negativos para o Vitória!
Capítulo 1: Sinval e o cofre aberto
Capítulo 2: Barco à deriva
Capítulo 3: Pior início no Brasileiro
Capítulo 4: Democracia, queda e eleição
Capítulo 5: A recuperação mágica
Capítulo 6: O efeito Barradão e o sufoco para permanecer