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Chiquinho… a joia do time 1997

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Por muitos motivos, o ano de 1997 foi marcante na vida rubro-negra. Para chegar a conquistar os títulos do Campeonato Baiano e da Copa do Nordeste, o Vitória teve que fazer contratações de peso, bancadas pela parceria com o banco Excel. Entre superestrelas como Bebeto e novidades como Petkovic, o Leão achou o meia Chiquinho, dono de um repertório futebolístico que lhe acompanhou nos campos com a camisa vermelha e preta.

Francisco Carvalho da Silva Neto nasceu em 14 de outubro de 1975, em Recife, mas foi criado em Olinda. Sua história, como a de tantos outros atletas, começou na pobreza da vida e na várzea do futebol. Foi através de um dos times de várzea de sua cidade, que chegou ao Sport Club do Recife, onde se consagrou como entre os anos de 1994 a 1996 como a ‘Joia da Ilha’.

Em dezembro de 1996, o Sport para se livrar da má situação financeira que rondava o clube, começou a vender peças importantes do elenco. Dentre eles, Chiquinho, que já estava acertado para ir para o Valência-ESP. O Vitória entornou a situação com os espanhóis e apresentou ao time pernambucano uma oferta irrecusável de US$ 2 mi. Tal como em 1993, o Leão da Barra voltaria a contar dois elementos que por muito tempo foram a chave de seu sucesso: experiência e juventude. Em março de 1997, Bebeto chegou para fazer dupla no meio-de-campo com o jovem Chiquinho, e tanto em bola de meia, como bola de gude, os dois deram liga rapidamente com o restante do elenco.

O Vitória pagou caro na joia da Ilha que compôs o meio-de-campo do primeiro tricampeonato baiano do Leão. (Foto: Placar)

O primeiro gol do prodígio recifense aconteceu em uma goleada em 8 a 1 sob o Ypiranga, dois dias antes do jogo de estreia de Bebeto. Pela Copa do Brasil, também viveu momentos auspiciosos, como na noite do jogo contra o São Paulo no Barradão, onde o Vitória venceu a equipe tricolor por 2 a 1 com dois gols seus. Esbanjando futebol por onde passava, a nova joia rubro-negra continuou sendo sondado pelos espanhóis do Valência, que tentaram sua contratação após um BaVi vencido pelo Leão por 3 a 0.

O craque recusou a proposta dos gringos para ficar no Vitória e cavar uma sonhada vaga na Seleção Brasileira. Pelo Brasileirão, as boas atuações continuaram, incluindo um 3 a 1 no Sport, onde ele teve o estranho prazer de servir um companheiro para o gol no ex-clube. Mas ali, mesmo com a chegada de novos craques como Túlio e Petkovic, o Vitória não se acertou completamente com as constantes mudanças de comando técnico. A vaga na Seleção ficou para outro pernambucano da equipe, o lateral Russo, que chegou vestiu a amarelinha em amistosos.

Chiquinho deixou o Vitória em 1998 para ir ao Botafogo fazer a diabólica dupla novamente com Bebeto. O fantasma das lesões dos tempos de Sport acabou lhe trazendo de volta e o traria novamente em 2003, quando já defendia o Fluminense. O Vitória levou Chiquinho de volta ao Rio de Janeiro para fazer tratamento com o técnico da Seleção que duraria cerca de três meses com o clube lhe pagando a hospedagem no nobre bairro do Leblon. Ele voltou a integrar o elenco já no mês de julho, fez seus últimos jogos – o último uma derrota para o Atlético-MG – e o vínculo foi acabou, encerrando uma trajetória de gols marcantes e passes inigualáveis, sobretudo de um futebol jamais esquecido.

Chiquinho passou por outros clubes do futebol brasileiro e terminou a carreira no Sergipe por volta de 2009. Sua história, além desta coluna, está bem contada nas páginas de sua biografia Chiquinho: A joia da Ilha.


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