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Afastamento e comissão: o que rolou na reunião do Deliberativo do Vitória

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Na manhã deste sábado (15) ocorreu a reunião virtual do Conselho Deliberativo sob o comando do presidente do órgão do clube, Fábio Motta, que tinha o propósito de avaliar as contas do clube da temporada passada. Porém, com as denúncias sobre dificuldades de acesso a documentos feitas pelo presidente do Conselho Fiscal, Jailson Reis, os conselheiros já estavam cientes de que não ocorreria por falta de tempo hábil da apreciação do órgão fiscalizador.

Vale ressaltar que ocorreram duas reuniões: a primeira de caráter ordinária e a seguinte de caráter extraordinária.

A primeira teve como única pauta a apreciação das contas do Conselho Diretor da temporada de 2020. Através do presidente Paulo Carneiro, as contas só foram enviadas ao Fiscal em cima da hora da reunião, sem ter o tempo hábil para apreciar e divulgar um parecer (10 dias úteis), o que gerou denúncias de Jailson Reis sobre a dificuldade de acesso às contas e informações por parte da diretoria.

Por conta disso, não houve votação das contas. Em contato com o Arena Rubro-Negra, Jailson Reis explicou como ocorrerá agora: o Conselho Diretor deverá disponibilizar tudo referente às contas que o Fiscal exigiu e assim será emitido um parecer. Provavelmente durante a semana seja publicado no site do clube uma data para a próxima reunião e, segundo Jailson, o parecer será emitido em 10 dias antes da data, para que conselheiros apreciem acatando (total ou parcial) ou não, como dita o Estatuto Social do clube.

A segunda reunião teve como pauta principal a análise e debates sobre as ações judiciais entre Paulo Carneiro, Vitória S/A e Esporte Clube Vitória, sejam como autores ou réus. Dentre as ações, a principal foi justamente em que há um processo da empresa Carneiro Assessoria Financeira Ltda. cobrando uma quantia ao Vitória S/A de um contrato entre 2004 e 2005, onde o atual presidente do clube é sócio da empresa.

Os conselheiros foram quase unânimes em apontar um conflito de interesses nesse caso específico, porque Paulo Carneiro também estava empossado como presidente da instituição Vitória S/A. Apesar de não ter atividades econômicas, a publicação da assembleia dessa posse em que o presidente ganharia um salário de R$20 mil na Série B e R$40 mil na Série A pelo órgão, chamou a atenção e foi levantado na reunião. Culminando assim no afastamento de Paulo Carneiro da presidência do Vitória S/A, em comum acordo.

Após isso, foi sugerido que o mesmo pedisse o afastamento também do Esporte Clube Vitória, o que prontamente não foi acatado pelo mesmo. Sendo assim, a larga maioria dos conselheiros presentes na reunião virtual votaram por uma comissão processante onde investigará a gestão de Paulo Carneio à frente do Vitória desde sua posse em 2019. Serão analisadas denúncias e informações em que pode gerar a possibilidade de uma gestão temerária. As investigações deverão contemplar ações no Esporte Clube Vitória, porém pode se estender no Vitória S/A.

Em áudio publicado em redes sociais, logo após a reunião, Paulo Carneiro comentou o afastamento alegando que há “uma movimentação dentro do Conselho [Deliberativo] para desestabilizar o clube” e que fez isso em prol da união. E sobre a comissão ele afirmou que apoiou pois “não há nenhuma denúncia e podem investigar o que quiserem dentro do clube”, classificando como “movimento político”.


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