O treinador Ramon Menezes foi um grande atleta do Leão. Teve passagens nas temporadas 1994, 1995, 2008 e 2010, participando de 176 jogos e marcando 69 gols. O seu talento era inquestionável tanto para servir seus companheiros quanto para marcar gols. Ramon tinha uma característica que o ataque do Leão não tem apresentado: criatividade.
Na partida contra o Coritiba, ficou nítido. O agora comandante Ramon Menezes fez de tudo no sistema ofensivo. Até alterar o esquema tático de três zagueiros para três atacantes, ele fez. Mas nada funcionou. E não funcionou porque os atletas não desempenharam um bom futebol.
Citarei, mais uma vez, as fragilidades dos pontas do Leão: David, Ygor Catatau e Guilherme Santos não foram efetivos nas suas jogadas. David, no primeiro tempo, até teve lampejos daquele bom futebol que conhecemos, mas depois, não acertou nada e perdeu a maior chance do Leão de empatar, quando Pablo lança da defesa para o ataque no último minuto de jogo e o atacante sequer chuta em gol.
Nesse momento, Ramon já havia mexido bastante no time. Mateus Moraes, Soares, Dinei, Gabriel Bispo e Pedrinho saíram para as entradas de Ygor Catatau, Bruninho, Samuel, Guilherme Santos e Roberto. As alternâncias táticas também foram sentidas, quando saiu o terceiro zagueiro para a entrada do terceiro atacante e a saída de um volante para a entrada de Guilherme. Porém, nenhum dos atletas conseguiu brilhar e trazer ao menos o empate para casa.
O Coritiba, por sua vez, esteve longe de fazer um bom jogo. Jogou recuado o tempo todo, dando o controle e posse de bola ao Leão, o Coxa só teve oportunidades nas costas do zagueiro Mateus Moraes no primeiro tempo. No primeiro lance, Waguininho chuta por cima do gol, mas no segundo, recebe o passe de Igor Paixão para marcar.
E aí entra o quesito efetividade que o torcedor do Vitória já conhece bem. O Leão tem a bola, até joga bem em alguns momentos, mas falha no último terço do campo. Do outro lado, as equipes têm poucas chances, mas as que têm, conseguem concluir em gol e, dessa vez, não deu para o goleiro Lucas Arcanjo.
Vejo alguns torcedores do Leão reclamando sobre os três zagueiros, que não é a cara do clube e que, se não tiver bem encaixado, facilita inclusive as bolas nas costas dos zagueiros. Mas, na noite de ontem, o problema esteve longe de ser defensivo. Talvez o esquema realmente não seja o ideal por enquanto, existem alguns ajustes defensivos que precisam ser feitos. Mas o Vitória teve praticamente o jogo todo com a bola nos pés e não fez o gol. Isso é que me preocupa.
Para a partida de sábado contra o Londrina, o Reizinho da Toca Ramon precisa mesmo é falar com os atletas da frente. Talvez seja o caso de mudar para o 4-4-2, com Soares e Bruninho/Eduardo no meio facilitando as jogadas. Como está, podemos ficar dependentes de atletas que não estão dando conta do recado.