O Vitória foi ao Recife e empatou com o Náutico nos Aflitos, equipe que luta para chegar ao G-4 na competição. O time do técnico Wagner Lopes mostrou, mais uma vez, que pode disputar para sair da incômoda posição da zona da degola, apesar de mais um empate na competição.
O treinador veio, praticamente, com a mesma equipe dos últimos jogos. Com semana cheia para trabalhar, a torcida do Vitória esperou menos erros e um time mais competitivo para sair da zona de rebaixamento da competição. Mas não podemos dizer que o Leão melhorou muito da última partida. Tampouco piorou.
A parte tática está melhor, com os atletas se enxergando mais em campo, entendendo mais onde o outro está para pegar a bola. A determinação em campo pregada pelo novo comandante também se viu, longe daquela equipe morna e sem brio para jogar. Mas a parte técnica, bom, essa ainda precisa melhorar e muito.
A real é que o alvirrubro não fez um bom primeiro tempo e o Leão não soube aproveitar as oportunidades. Em alguns lances, faltou qualidade para definir bem o último passe. Soares e Marcinho não fizeram boas partidas. Wesley Pionteck, pior ainda.
Pela posse de bola e a marcação frouxa do Náutico, dava para ter agredido mais e saído na frente. Samuel quase não recebeu bolas no primeiro tempo. E, mesmo com o Náutico mal, a chance mais clara de gol foi com Vinicíus, que recebeu a bola livre no meio da área e isolou. Ele culpou o gramado irregular.
Gol de bola parada
Durante a semana, em entrevista coletiva, o treinador Wagner Lopes disse que estava treinando a bola parada do Náutico, que era muito forte. Mas o treino não resolveu muito. Foram através de escanteios que o Timbu levou mais perigo. Em dois lances, o zagueiro Rafael Ribeiro cabeceou livre de frente para o gol. Sorte que errou. Mas foi pelo primeiro pau que o gol saiu, logo aos 7 minutos do segundo tempo. Lei do ex: gol de Vinícius.
Depois daí, o Vitória passou uns 10 minutos perdido em campo. Viu o Náutico pressionar, apesar de não ter criado muita coisa para ampliar o marcador. Aí, o treinador mudou a equipe. Em mudança forçada, Fernando Neto saiu para entrada de Cedric e Wesley deixou o campo para entrada de David. E o time segurou o ímpeto do alvirrubro e melhorou.
Pressão na saída de bola
Uma coisa que tem me agradado muito nesse novo Vitória é a marcação ofensiva na saída de bola dos times adversários. Foi comum durante o jogo os quatro atletas mais a frente marcarem a saída e tomarem a bola. Até mais do que quatro. E foi assim que saiu o gol do Leão.
Marcinho tomou a bola e, em um toque de bola rápido com Pablo e David, deu uma assistência para o chute de primeira de Bruninho. Um gol coletivo muito bonito. Neste lance específico, até Pablo, que joga mais recuado no esquema de Wagner, estava mais a frente para tomar essa bola no campo do adversário.
Pontos de atenção
Além do placar, que não foi dos melhores, mas que valeu pela possibilidade de escapar da zona na próxima rodada, algumas atuações merecem ser avaliadas por aqui. Hoje foi a pior partida como titular de Marcinho. Me pareceu ansioso para definir as jogadas. Mas continua sendo decisivo em um lance que apareceu bem e deu assistência para o gol.
A dupla de volantes Pablo Siles e Fernando Neto me agrada. Sabem sair jogando e distribuir as jogadas quando os meias não resolvem. E isso acontece com frequência. Mas o uruguaio, em alguns momentos, erra alguns passes bestas, se desliga um pouco do jogo.
Outro que precisa melhorar um pouco é Van, especialmente na parte defensiva. No lance de Vinicíus, no primeiro tempo, não acompanhou. No segundo tempo, pareceu cansado na hora de acompanhar os ataques adversários.
Por último, e mais evidente, é o futebol de Wesley. Não dá para permanecer no time. No jogo de hoje, David e Ronan foram mais perigosos quando entraram.
Agora, é se preparar mais uma semana que sábado tem jogo decisivo contra o Operário no Paraná. É fazer os ajustes e se preparar para vencer a primeira fora de casa. Tá na hora, Leão!