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Baianão: O óbvio, o interesse e a confusão

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O capitalismo que venceu a Guerra Fria impera hoje sobre a maior parte do globo, e isso não exclui o futebol. Para clarear a explanação, pare e pense quais são os melhores times do mundo, do Brasil, da Bahia e de Salvador. Do macro ao micro você perceberá que os melhores são os que possuem os melhores jogadores, os melhores patrimônios, os melhores títulos… enfim, os que possuem mais poder de investimento financeiro. Só que como estamos falando de futebol, a tal da caixinha de surpresas sempre pode dar o ar da graça.

Toda esse circuito histórico de globalização serve apenas para contextualizar o “óbvio” que citei no título; os times de melhores condições financeiras (que acarretam todas as outras citadas) serão sempre favoritos aos títulos das competições que disputam. E não está sendo diferente com o Baianão deste ano, apesar desta obviedade ter uma pitada de confusão.

As duas potencias do futebol baiano, Vitória e Bahia , decidirão o título em dois jogos a partir do próximo domingo. O primeiro na Fonte Nova e o segundo no Barradão, garantindo a vantagem do Leão – que ainda jogará por dois empates. A dupla deixou para trás nas semifinais o Juazeirense, time de melhor campanha da segunda fase, e o Juazeiro, respectivamente.

Ter um Ba-Vi nas finais do Baianão, além de evidente, parace ser também um interesse da federação. Afinal de contas, se um dos dois for eliminado no caminho, quem vai garantir os recursos para o campeonato do ano que vem? Deve ser por isso que Bahia e Vitória não caem nos mesmos grupos. E pior, em 2013 os semifinalistas se enfrentaram entre si dentro dos seus grupos. Manobras e mais manobras que forçam o clássico na decisão. Aí começa a confusão.

Juntemos as campanhas de Juazeiro e Bahia, primeiro e segundo colocados do grupo 1, nos 8 jogos dessa segunda fase. Eles teriam os mesmos 18 pontos do Vitória, segundo do grupo 2, mas ficariam atrás por perderem no saldo de gols (-7 x 10) e no número de vitórias (4 x 6). O próprio Bahia, antes das semifinais só havia vencido quatro jogos no ano, sendo que apenas um desses foi pelo baianão (Juazeirense, Itabaiana, Ceará e MAC).

Ficou fácil para o Bahia; não jogou nada o campeonato inteiro, humilhado na reinauguração da Fonte Nova, fez dois bons jogos contra o limitadíssimo Juazeiro e tem grandes chances de  levantar a taça, já que em clássicos não se pode apostar o resultado. Mas do que nós, rubro-negros estariamos reclamando, não é? Afinal, é óbvio que teríamos o encontro da dupla nas finais. Mesmo que este  interesse, assim como a Guerra Fria, tenha causado bastante confusão.


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