É uma coisa bem discutida no futebol. O time está ganhando o jogo, o segundo tempo está próximo de acabar e o time adversário está em busca do gol. O técnico deve fechar o time para não tomar o gol ou deve mudar no meio e na frente para ter a retomada da posse de bola e quem sabe matar o jogo no contra-ataque?
No jogo de estreia do Vitória no Baianão, contra o Bahia de Feira no campo sintético da Arena Cajueiro, a decisão do comandante João Burse foi de colocar um zagueiro e um volante marcador (John e João Pedro) no lugar de dois homens de meio (Eduardo e Rodrigo Andrade). Isso ocorreu no minuto 39 do segundo tempo. Aos 41, em jogada pela direita da defesa do Leão, os donos da casa marcaram um lindo gol de empate, frustrando os torcedores rubro-negros presentes em bom número no estádio.
O resultado de 1 a 1 frustra uma boa exibição do Leão no jogo, especialmente no primeiro tempo. O Vitória conseguiu produzir um bom toque de bola no meio de campo, mesmo com, teoricamente, três volantes na posição. Gegê também dá maior qualidade nos passes, com boas atuações até então, inclusive com bola no travessão em chute de fora da área no jogo de ontem. O lateral-direito Railan, novamente, teve participação decisiva no gol, assim como Rodrigo Andrade que iniciou a jogada.
O ponto fraco do Vitória na partida foi a queda de rendimento geral no segundo tempo, talvez com uma dose de desgaste físico pelo gramado e os jogos em sequência. O Bahia de Feira realizou mudanças que deram uma dinâmica e velocidade maiores ao time, que passou a atacar mais, apesar de que as bolas não chegavam com muito perigo ao gol de Dalton. Antes de realizar as mudanças para conter o avanço feirense, Burse substituiu Rafinha por Osvaldo, no sentido de dinamizar as ações ofensivas. O atacante não entrou bem e nem conseguiu se entender na dobradinha com Vicente.
E foi aí que o técnico alterou as peças do meio de campo, segundo ele, para fechar os corredores com uma linha de cinco. Logo depois do gol de empate, o comandante realizou mais mudanças, como Diego Torres no lugar de Eduardo e Alisson Santos no lugar de Camutanga. O Rubro-Negro até esboçou uma reação, mas não chegou ao segundo gol.
Sobre a pergunta que norteou essa análise, peço aos torcedores rubro-negros que avaliem se o problema realmente é recuar a equipe ou se a procura de um culpado deve acontecer em todas as partidas. João Burse tem crédito no Rubro-Negro e, por mais que tenha demorado a mudar, seguiu uma estratégia de recomposição tentando manter o controle da equipe. Pergunta: Se o treinador não tivesse recuado e tivesse tomado o gol, a culpa seria dele também por não tê-lo feito? Vale a reflexão.