A novela Edinho Nazareth (clique aqui e relembre) terá mais um capítulo na manhã desta quinta-feira (21). Segundo apuração da equipe de reportagem do Arena Rubro-Negra, acontecerá no Tribunal de Justiça da Bahia, na seção de direito privado em segunda instância, o julgamento da Ação Rescisória que irá definir se a ação ganha por Nazareth contra o Vitória, seja reanalisada ou não, na 11ª Vara Cível de Salvador.
Em junho, o clube divulgou em seu site oficial que havia chegado a uma definição, contudo houve precipitação e a postagem foi apagada, pois o acordo não teria sido ainda protocolado na Justiça.
Ex-treinador e comentarista do canal a cabo SporTV, Edinho Nazareth cobra o valor de R$ 8,5 milhões ao Vitória, referente a uma dívida de US$ 500 mil em 2003. Na época, o rubro-negro baiano era dirigido pelo ex-presidente Paulo Carneiro.
ENTENDA O CASO:
Em 1996, quando o clube era presidido pelo ex-presidente Paulo Carneiro, Edinho Nazareth, técnico do clube na ocasião (hoje comentarista esportivo) realizou um empréstimo ao Vitória em cerca de US$1,1 milhão de dólares na época, com a promessa de que seria logo pago. Pouco tempo depois, o rubro-negro pagou 600 mil dólares. Os 500 mil restantes acabou se transformando numa confissão de dívidas com o percentual de quatro atletas: os zagueiros Moysés e Marcone, o volante Fernando e o atacante Dudu.
Em 1999, duas transações mudaram o rumo da dívida. Por conta de uma dívida de 300 mil com o empresário Eduardo Uram relacionado a Dejair Brasília, o Vitória cedeu 65% dos direitos econômicos do atacante Dudu. Posteriormente, Uram adquiriu os outros 35%, sendo 25% de Edinho e 10% de uma pessoa ligada a Dudu. Além dessa negociação, Nazareth ainda recebeu cerca de 500 mil dólares da venda de Fernando, quitando totalmente a dívida.
Porém, após ser demitido em 2008, Edinho deu entrada num processo na justiça cobrando o valor de 500 mil dólares. Nesse tempo todo de nove anos, as gestões que presidiram o clube nesse tempo, alegam que não foram citados e nem intimados sobre a cobrança jurídica. Fato que só veio à tona esse ano, após o juiz Benício Mascarenhas da 11ª Vara Cível Comercial de Salvador, ordenar o bloqueio das cotas de televisão e a transferência de jogadores do clube na CBF.
O atual departamento jurídico encontrou somente uma confissão, em nome do clube, acerca da dívida e que o pagamento seria realizado através de percentuais nas vendas dos zagueiros Marcone e Moisés, do meia Fernando e do atacante Dudu. Investigando documentos internos, o jurídico não encontrou nenhum documento que comprovasse a quitação da dívida.