Não existe vergonha em jogar recuado e admitir isso. O Vitória, comandado por Claudinei Oliveira, opta por tirar os espaços dos times adversários jogando longe do Barradão como aconteceu no jogo contra o Ceará.
“Optamos por jogar compacto, fazer uma marcação forte e sair no contra-ataque. Mas, infelizmente não conseguimos uma boa atuação na frente, não fomos bem na hora do último passe”, disse o técnico em entrevista coletiva após o jogo. Leitura fiel.
A postura do Vitória contra o Ceará não é nova. Nos três jogos fora de casa, Claudinei Oliveira adotou a mesma postura. 4-1-4-1 compactado com a defesa alta, marcação forte na intermediária e buscando contra-ataques com os pontas.
Pela primeira vez, encarou um adversário que buscou encostar o Vitória contra a sua defesa. O Ceará, do técnico Silas, foi audacioso. No primeiro tempo, o time cearense foi conservador. Atuou num 4-4-2 com meio de campo em losango.
A boa marcação rubro-negra obrigou ao Ceará apostar em chutes de longe, bolas paradas e lançamentos de Ricardinho buscando Assisinho. Aliás, o camisa 9 era o jogador mais efetivo do time cearense, já que jogava nas costas dos laterais do Vitória.
Sem Flávio para fazer a transição, Claudinei Oliveira adiantou Amaral se aproximar do ataque e marcar individualmente Ricardinho. Defensivamente foi bem, ofensivamente não.
No segundo tempo, Silas abriu o time. Sacou o volante Uilliam Correia e colocou atacante Marinho para estabilizar o time. Essa solução tática visou explorar as frágeis laterais do Vitória.
A resposta de Claudinei foi, no mínimo, questionável. A saída de Neto Baiano para a entrada de Escudero tinha o objetivo de prender mais a bola no campo ofensivo. O argentino, longe da forma física, seria um falso nove e abriria espaço para os pontas, mas não funcionou. Na prática, o Ceará cresceu e ameaçou.
Com Mansur pendurado, a expulsão seria questão de tempo, já o Ceará forçava o jogo pelas laterais. Após a saída do lateral, Jorge Wagner e Rhayner revezavam na posição.
Com o confronto aberto, as duas equipes perderam dois titulares. O Vitória não poderá contar com Mansur e Rhayner, já o Ceará ficará sem Charles e Gilvan, a dupla de zaga.
Se o Barradão ainda desequilibrar, dará Vitória.