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Uma cornetada pragmática

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O ano para muitos começou logo no primeiro dia de janeiro. Para alguns só começou depois do Carnaval. Para mim e tantos outros, começou depois do primeiro clássico baiano. Não, não foi Galícia x Vitória, foi o BaVi mesmo (ou para alguns “ViSa”, “JaVi).

Aí você pergunta: “e os jogos anteriores? Não contam?”. Todos sabemos que, depois de um clássico, o caminho construído antes foi tomado pelo mato ou desmanchado por uma ventania. Nada mais importa, podemos estar em decadência, mas ganhar o clássico sempre foi e sempre será obrigação na ótica dos torcedores (sim, inclua o Corneta nessa também). Fazendo um apanhado básico, um resumo, nós não tínhamos perdido nenhum jogo do glorioso campeonato estadual, melhor: não tínhamos nem tomado gol… Isso deveria ser bom, ótimo! Mas por que não é?

Falando em números, o time do Vitória parece uma aula de tabuada. Uma aula de Cálculo III pra quem é de Humanas. Uma aula de Antropolia pra quem é de Exatas. Resumindo: uma aula de Metodologia Científica. É um time chato em campo, um time apático. O time anda mais lerdo e atrasado do que aquele professor seu que sequer sabe ligar o retroprojetor (ou datashow). Ou seja, um time pragmático.

Mas, o que vem a ser “pragmático”? Se buscarmos no dicionário, tem várias definições que envolvem até filosofias. E essa é a filosofia do Professor Drubscky: a busca pela objetividade pelo modo mais prático possível, sendo metódico e, por vezes, mecânico. Pra ilustrar o que vem a ser essa filosofia pragmática metódica, utilizo aquele ditado bastante conhecido no futebol: “Robben sempre vai puxar pra esquerda e chutar”. E assim é o time do Vitória hoje: sempre vai jogar pelas laterais. Ou um novo ditado: “Nino sempre vai ‘dibrar’ ao invés de cruzar e perder a jogada”.

Professor Drubscky chegou na Universidade Barradas e viu que o problema é a defesa. Com seu conhecimento vasto, curriculum lattes cheio, livros publicados e tudo mais, chegou com uma nova disciplina e consertou a zaga. Mas em todo conserto, pode aparecer outro problema, ou pior: agravar outro que já existia. No clássico, vimos uma aula que podia dar certo, uma ementa boa. Até o aluno mal, tava indo bem. Então a aula começou a desandar, o Professor perdeu o controle da sala e, ao invés de mudar algo tentando propor uma nova dinâmica, usar outras opções, preferiu manter sua filosofia (pragmática) e assim, quase perde a aula. Na prática não perdeu, mas moralmente saiu direto pra recuperação final e olhe que estamos no começo do ano ainda.

A verdade meus caros corneteiros é que, taticamente, nosso time não apresenta nenhuma opção a mais. Esse metodismo em só jogar pelas laterais está matando o meio-campo, por isso Escudero não consegue fazer magia, Jorge Wágner ainda não deslanchou e qualquer meia que vier, com essa forma de trabalhar, não irá vingar. Se o Professor Drubscky vai sair? Ainda não se sabe. O DA do Barradas se reuniu, parece que tá rolando abaixo-assinado mas ninguém ainda se pronunciou.


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