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INEXPLICÁVEL

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Logo após a peleja contra o São Paulo, no último dia 15, também conhecido como quarta-feira, os meninos deste brioso Arena Rubro-Negra me convidaram para escrever nesta impoluta tribuna. Lisonjeado, mas ainda atônito pelo convite, pensei de modo adversativo, conforme sói ocorrer nos graves momentos da nação: mas, que porra é que vou dizer?

Então, para enganar os incautos, que adoram ser enganados, comecei a me raciocinar todo com o objetivo de apresentar um estudo importante sobre as desigualdades no futebol brasileiro. Já estava com todos os números na ponta da língua, digo do teclado, conforme convém aos cabeças de planilha que gostam de enrolar os torcedores que vivem na fé de serem sempre engabelados, quando esbarramos no valor do cachê.

Os donos do estabelecimento, seguindo a horrenda tradição mesquinha do empresariado de Pindorama, queriam pagar muito menos do que eu merecia (e olhe que eu mereço pouco). Assim, depois de tensas e intensas negociações chegamos ao consenso. Eu não deveria ganhar nada. Afinal, ninguém que trate deste elenco do Vitória merece receber porra nenhuma.

Tudo é muito lenhado. Uma falta de esculhambação dos 600 DEMÔNHOS. Algo totalmente inexplicável. Sim, não tem como elaborar qualquer teoria diante do desmantelo. No jogo contra o tricolor paulista, por exemplo, eu estava desenvolvendo a tese de que o elenco e as verbas deles são imensamente maiores do que as nossas. Portanto, o tropeço poderia ser explicado. Mas, aí, vem hoje, no sol do capeta e um modestíssimo time do sul, acostumado apenas a mastigar bola de neve, com um orçamento dez vezes inferior ao do Vitória, vem aqui, corre mais e broca.

É graça uma porra desta?

E pior. Uma vez mais, vi a torcida apenas reclamando do primeiro gol, que era defensável; da zaga que vacilou na segunda brocada da Chapecoense; de Alípio, que parece eternamente com aqueles meninos cheios de verme da pelada, que não consegue nem ficar em pé; de Leandro Domingues, que morreu para o futebol e esqueceram de lhe avisar; de Amaral, com sua bunda de nego sambador ou de baiana de acarajé, que parece estar sempre fazendo uma tigela de vatapá; de Mancini, que escala o time errado, enfim, vi os torcedores com a mente somente  nas quatro linhas. Não havia um único resmungo contra o principal (ir) responsável por isso tudo: raimundo viana.

PUTAQUEPARIU A FALTA DE FOCO!!!

O cara ganhou apenas um malamanhado campeonato baiano, mesmo assim perdendo a final para o fraco time das sardinhas, e a torcida não compreende que ele é o culpado principal pelo atual estágio de coisas? Não é possível. Além de não entender nada de futebol, o sujeito é um retrógrado da pior espécie, que está tentando escantear a democratização do nosso clube. Será que vamos continuar ignorando isso até quando?

Amigos de infortúnios, só existe uma saída para o nosso Rubro-Negro. Qual seja. A torcida do Vitória precisa, urgentemente, deixar de ser apenas coadjuvante para assumir o seu próprio destino, até porque os protagonistas, os atores principais, são canastrões da pior espécie.

DIRETAS JÁ!!!

Este tem que ser o grito de guerra cotidiano até o final do campeonato ou do mundo, o que dá no mesmo.

Amém? Vamos, todos nós, sair desta letargia, galera?


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