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MANCINI, SOBRENOME LIDERANÇA

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Impossível esperar as regulamentares 48 para realizar a tradicional inquirição: que fenômeno foi aquele que abalou Curitiba e um taco da República do Paraná na noite de ontem?

Antes de responder a esta fundamental questão, é preciso retornar um pouco tempo, exatamente para o dia 22 de julho. Nessa data, o Vitória protagonizava mais um vexame no Mordomão/2017, perdendo dentro do nosso Santuário para a Chapecoense. Com o resultado, o Leão caminhava para registrar sua pior campanha no primeiro turno na era dos pontos corridos.

Mas não só isso. Aliada à tristeza e apreensão, havia no ar um clima de golpe. Aqueles conhecidos marinheiros, que só sabem navegar em águas turvas, se apresentavam novamente como salvadores da pátria, enganando incautos e/ou desesperados. Vendedores de ilusões e de infâmias, os indigitados declaravam que este ano estava tudo perdido. E apostaram no quanto pior melhor. E, óbvio, a desesperança contagiou muitas pessoas. Em alguns casos, existia uma ira verdadeira, uma revolta sincera. Também não era pra menos. Os erros e vacilos transbordavam.

Porém, antes mesmo de (re) estrear no comando da equipe, Mancini deu a letra, garantindo que ia blindar o elenco, como deve fazer um verdadeiro líder – e não estes aproveitadores de ocasião. E mais: prometeu brio. “O torcedor até aceita que você perca uma partida, o que ele não aceita é que não tenha luta”. E houve luta. E, ao contrário do que pregavam os profetas do apocalipse, nada estava perdido. E hoje temos a prova disso. Mas, a verdade é que a batalha era desigual, pois o primeiro adversário seria o forte Cruzeiro, atual finalista da Copa do Brasil. E pior. A peleja era na casa do adversário.

Apesar de saber que a fase não rimava com otimismo, dei de ombros à maldade alheia e decidi que era o momento de estar ainda mais próximo da equipe. Assim, desci a pirambeira rumo a Minas Gerais para ver o dificílimo jogo contra a equipe celeste. O x 0 encardido com Fernando Miguel brilhando – e o time lutando incansavelmente, honrando a camisa. Mas a outra luta, fraticida, sem honra, continuava fora das quatro linhas, com os derrotados nas últimas eleições se unindo a traidores para pregar rasteiras.

Novas turbulências. Travessia complicada, mas sob o comando do novo/antigo técnico cruzamos a ponte. Jogo com cara de alegria. Um primeiro tempo quase perfeito. No final, um 3 x 1 tranquilo. Blindagem voltou a funcionar. E funcionou mais ainda na partida seguinte. Eu estava na Ilha do Vitória (ex-ilha do urubu) e vi o Leão realizar uma partida que roçou o sublime. 2 x 0 no Flamengo com direito a olé.

No jogo seguinte, porém, tropeço em casa diante do Avaí – e os infames, que já voltavam para as trevas, colocam as asas, digo, os tridentes de fora, naquilo que já entrou para os anais (de lá eles) como “política nojenta”.

Mas, deixemos estas injúrias no lugar que eles merecem: o esquecimento. E falemos só de jangada, que é pau que bóia.
Então, seguinte. O próximo jogo era a prova de fogo. Peleja contra o invicto Corinthians no terreiro adversário. Porém, com o auxílio do Sobrenatural de Almeida Tréllez, brocamos lindamente. E Mancini, altivo, brocou mais ainda ao dar uma necessária voadora nos que sempre querem nos rebaixar. O Brasil é muito grande, boa noite, disse o comandante.

E, neste Brasil grande, o Vitória de Mancini tem conseguido ser imenso. E ontem, na república do paraná, devorou as coxinhas brancas, lavando a alma da nação.

Assim, se, na rodada anterior, Mancini havia conquistado o sobrenome dignidade, agora, depois do fundamental triunfo diante do Coritiba, ganhou um novo: liderança. Afinal, sob seu comando, o Vitória disputou 18 pontos e conquistou 13, melhor aproveitamento do campeonato.

O Brasil tem um (novo) líder.

Axé.


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