A entrevista de Alexi Portela Junior ao Papo com Tillé, da Rádio Metrópole, comprova o que escrevi na semana passada: nem tudo está como parece no Vitória.
A primeira grande contradição do papo foi a negativa do ex-presidente à existência da Liga do Bem, espécie de associação de ex-dirigentes, políticos e notáveis do clube.
O curioso é que ao mesmo tempo em que acontecia a entrevista, vazou no Whatsapp uma foto da Liga reunida, dando a entender que estavam escutando juntos o que parecia ter sido previamente combinado.
Não dá pra dizer que é verdade, afinal a foto pode ser antiga e ter sido vazada em hora oportuna. Mas dá pra afirmar que a oposição está realmente focada no clube, mesmo com o afastamento de Ivã de Almeida.
Na foto vê-se Ademar Lemos Junior, Paulo Carneiro e Walter Tannus – que ainda preside o conselho fiscal do Leão e foi apontado no vazamento de documentos sigilosos. Exatamente algumas das peças que foram bastante elogiadas por Alexi na entrevista, diferentemente de outras ocasiões.
A propósito, o único nome criticado por Alexi durante toda a entrevista, além do de Ivã de Almeida, foi o de Ricardo David. Antes aliado, David hoje é tido como “não preparado para presidir o clube”, segundo Alexi – embora contraditoriamente tenha votado nele na eleição do último dezembro. Por acaso Ricardo David não está entre os integrantes da suposta Liga do Bem.
Já sobre Carlos Falcão, que foi quem levou David ao Vitória, Alexi afirmou não se arrepender de tê-lo indicado à presidência. Defendeu o colega dizendo que ele deu azar da bola não ter entrado. Em contrapartida, elogiou sua administração financeira, tanto com presidente, quanto na época em que foi seu vice.
Alexi também elogiou a gestão de Raimundo Viana e Manoel Matos – da qual chegou a se afastar por um tempo – tanto pelos resultados administrativos quanto dentro de campo. E reconheceu a contribuição de Paulo Carneiro, de quem já foi antagonista.
Por fim, a entrevista de Alexi Portela Júnior deixou claro de que ele permanece sendo um dos principais coringas no jogo político rubro-negro, e que em torno dele há uma oposição que, de fato, com ou sem Liga do Bem, está unida e focada no clube – como nunca estiveram antes.