Os duelos entre Esporte Clube Vitória e Fortaleza Esporte Clube já aconteceram mais de vinte vezes na história. Porém, com o tom dramático e decisivo, somente ao ano de 1966 ficou reservada essa façanha até o momento. Na ocasião, ambos os Leões se encontraram para decidir qual clube iria para as finais da Zona Norte da Taça Brasil daquele ano.
A competição que era divida em duas zonas do país – Norte e Sul – teve o Vitória como vencedor do Grupo Nordeste da Zona Norte, enquanto o Fortaleza havia vencido o Grupo Norte. Diante disso, ambos os clubes tiveram de decidir em jogos de ida e volta quem iria para a final da Zona Norte com o Náutico.
Aconteceu então que o Vitória despencou de Salvador para Fortaleza para enfrentar seu segundo adversário no certame. O rubro-negro que já havia conquistado o Grupo Nordeste, jogava naquele ano todas as suas partidas fora de casa, por conta de uma interdição que acontecia na Fonte Nova. Os demais estádios baianos, acabaram não comportando a Taça Brasil em 1966. O Campo da Graça por conta de seu tamanho, e o Mário Pessoa (Ilhéus) por causa de uma suspensão da partida sofrida as vésperas do jogo com o CSA.
Foi diante desta adversidade que o Vitória viajou para a Capital Alencarina afim de disputar os dois jogos no estádio Presidente Vargas. E foi assim, que em 20 de setembro o Leão da Barra foi ao encontro do Leão do Pici e garantiu um empate num renhido 1 a 1. Os anfitriões saíram na frente aos 32′ com César, mas Alencar marcou o tento de empate baiano logo aos 40′. Assim, o jogo terminou em empate, diferente de um confronto ocorrido em março daquele ano entre os dois clubes, em que o Vitória saiu vencedor por 4 a 2.
O jogo decisivo aconteceu no dia 23 de setembro. Novamente no Presidente Vargas, o Vitória enfrentou o Fortaleza disposto a sair classificado. E foi o que se sucedeu. Sem direito a súplica cearense, Jorge Bassu balançou duas vezes a rede, o zagueiro Tinho mais uma e Didico, o Diabo Loiro, fez mais um, o que completou um arrebatador placar de 4 a 0 que levou o escrete rubro-negro para as finais da Zona Norte.
O Vitória ainda chegou a jogar um amistoso com o Ceará dois dias depois, que resultou em 1 a 1. Em seguida, rumou para o Recife, onde enfrentou o Náutico sem sucesso na classificação para a fase nacional da Taça Brasil.
Ficha dos jogos
Fortaleza 1 x 1 Vitória (20/09/1966) – Estádio: Presidente Vargas
Fortaleza: Pedrinho; Mesquita, Zé Paulo, Renato e Carneiro; Fernando Sátiro e Zé Augusto; Birungueta, César, Croinha (Luiz Martins) e Alencar; Técnico: —
Vitória: Edvard; Mundinho, Romenil, Nelinho e Tinho; Edmundo e Alencar; Jorge Bassu, Didico, Cléber Carioca e Olívio; Técnico: Palmeira.
Árbitro: Cláudio Magalhães (RJ)
Renda: Cr$ 9.907.000,00
Gols: César (Fortaleza), Alencar (Vitória)
Fortaleza 0 x 4 Vitória (23/09/1966) – Estádio: Presidente Vargas
Fortaleza: Pedrinho; Mesquita, Zé Paulo, Renato e Carneiro; Fernando Sátiro e Zé Augusto; Birungueta, César, Mano e Alencar; Técnico: —
Vitória: Edvard; Mundinho, Romenil, Nelinho e Tinho; Edmundo e Alencar; Jorge Bassu, Didico, Cléber Carioca e Ricardo; Técnico: Palmeira.
Árbitro: Wilson Lopes de Souza (RJ)
Renda:
Cr$ 9.360.500,00
*Colaboração: Ubiratan Brito e Mário Tabosa