Existem diversos tipos de mitos e superstições em torno do BaVi, o maior clássico do futebol nordestino e, sem medo de errar, um dos mais emocionantes do futebol nacional, mesmo sabendo que nossas equipes há muito não empolgam em qualidade. Talvez a superioridade do Vitória, em termos de desempenho e pontuação ao longo deste Campeonato Baiano, não sejam fatores que deixem o torcedor mais tranqüilo, mas sim a “experiência” de seus atletas em BaVi.
Marcelo Nicácio, Vander, Luís Alberto, Victor Ramos, Gabriel Paulista, Marquinhos, Nino Paraíba e Dinei, todos com experiências no clássico, sendo que dois deles já estiveram do outro lado da moeda.
Um dos artilheiros do rubro-negro na temporada, Nicácio foi revelado nas divisões de base do Bahia e defendeu as cores do tricolor até o ano de 2006. O atacante chegou na Toca do Leão em julho do ano passado, mas ainda não teve a oportunidade de defender as cores do Vitória contra o ex-clube, pois nos dois últimos clássicos estava se recuperando de lesão. Com fortes chances de não permanecer no elenco para o próximo semestre, Marcelo Nicácio terá o BaVi como a oportunidade de “matar dois coelhos com uma cajadada só”: ser decisivo nas finais e marcar história pelo clube e também justificaria uma possível renovação de contrato por mais uma temporada.
O meia atacante Vander e o volante Luís Alberto também são ex-jogadores revelados no rival e fortes candidatos a desequilibrar. Vander, inclusive, fez um dos gols na goleada história do primeiro BaVi do ano, durante a inauguração da Itaipava Arena Fonte Nova. Também por ter sido dispensado do clube que o revelou, sob a alegação de “deficiência técnica”, tem tudo para entrar ao decorrer da partida e deixar mais um golsinho nas redes da Arena. Como ele mesmo disse, a mágoa ainda não sarou e deve ter a maior vontade de causar maiores danos ao ex-clube. Já Luís Alberto, tem bom cabeceio e mostrou que chuta forte de fora da área; características que pode surpreender a defesa de qualquer adversário, principalmente em um clássico decisivo mas, infelizmente, o jogador foi vetado de última hora pelo departamento médico e Caio Jr. só poderá contar com ele, talvez, no jogo do Barradão.
A dupla de zaga Victor Ramos e Gabriel Paulista e o meia atacante Marquinhos, todos deram o ponta pé inicial no mundo do futebol dentro das quatro linhas do Barradão e pode-se dizer que são veteranos em disputar BaVi. Marquinhos é uma espécie de reserva de luxo, sempre que entra resolve com as suas assistências precisas. Os dois jovens zagueiros, apesar de atuarem na defesa, quando são acionados se apresentam de forma positiva dentro da área e sabem o que fazer com a bola nos pés. Mesmo criticado por parte da torcida, Gabriel Paulista tem grandes possibilidades de atuar na lateral-direita, caso o titular da posição, Nino Paraíba, não reúna condições de jogo. Por falar em Nino, ele tem sido peça fundamental nos últimos jogos entre Bahia e Vitória. Bastante veloz, o lateral deixa o treinador adversário de cabeça inchada. Dizem até que Joel Santana prepara uma marcação especial pelo lado do velocista rubro-negro porque é onde nascem as principais jogadas do Vitória na temporada.
Por fim, o Telmário de Araújo Sacramento, mais conhecido como Dinei. Ele é o homem referência do ataque. Na teoria tem a incumbência de colocar a bola nas redes do adversário, mas na prática está devendo bastante ao torcedor e a diretoria que apostou em seu retorno. Mesmo que no esquema tático do treinador tenha se destacado. Na primeira passagem pelo Vitória, em 2008, o atacante formou dupla com Marquinhos, mas não teve a oportunidade de jogar o BaVi. Somente ano passado, após seu retorno, é que sentiu a emoção de escutar a torcida vermelha e preta empurrando o Leão pra cima do seu maior rival. Infelizmente em 2012 Dinei não conseguiu soltar o grito de campeão após o BaVi, mas o destino é misericordioso e deu mais duas oportunidade para fazer história, e junto com todos os rubro-negros soltar o grito de É CAMPEÃO!