Com mais de 86% de chance de ser rebaixado no Campeonato Brasileiro, o Internacional buscou no STJD a salvação para o primeiro descenso da história do clube. A opção usada pelo colorado foi reviver o caso Victor Ramos.
Logo após o primeiro jogo das quartas-de-finais do Campeonato Baiano, o Flamengo de Guanambi deu entrada no TJD da Federação Baiana alegando que o zagueiro Victor Ramos estaria irregular.
O motivo alegado na época era que a inscrição do zagueiro teria sido feita fora do prazo legal. Acontece que Victor Ramos disputou a temporada 2015 pelo Palmeiras emprestado pelo Monterrey/MEX. Ao final da temporada, o atleta foi reemprestado ao Vitória, mas o ITC (Certificado de Transferência Internacional) ficou no Brasil, logo a transferência se figurou como nacional.
O prazo para inscrição de transferência internacional acabou no dia 16 de março, mas Victor Ramos só foi inscrito no dia 18 de março. Após várias idas e vindas, a CBF reconheceu o caráter nacional da transferência e encerrou o caso na época.
Alegando novas provas, o Internacional ingressou com uma nova ação na STJD na última quinta-feira (01). O time colorado alegou que as novas provas ” “servirão para ratificar a gravidade, e comprovar a má fé da conduta dolosamente praticada pelo E.C Vitória”. A procuradoria deverá dar o parecer na próxima semana.
Contudo, o presidente do STJD, Ronaldo Piacente, deu uma declaração repudiando atitude do Internacional. Segundo Piacente, ação seria uma forma de evitar o rebaixamento e se tiver alguma manobra, será punida.
“Isso está me parecendo uma tentativa do Inter para não ser rebaixado. Vou ficar muito atento quanto a isso. Se eu sentir alguma manobra, vou agir e punir o clube. Nós vamos agir sim para que ninguém se beneficie da tragédia dos outros.”, disse Piacente entre à rádio Band FM. Ronaldo acrescentou que ainda aguardar as duas novas provas do Internacional.
Em entrevista ao Lance!, o vice-presidente Manoel Matos classificou a medida colorada como desespero.
“Evidentemente, o Internacional está desesperado. Não cabe ao Vitória fazer nada. Esse assunto já foi muito debatido no primeiro semestre, com o Bahia, em todas as instâncias. É o STJD que tem que resolver. O que devíamos falar é sobre a posição do Internacional. O futebol vai voltar ao passado negro, onde as coisas eram decididas no Tribunal? É lamentável, sinto pena do Inter. Do tamanho que tem, ter dirigentes tão pequenos.”, disse Matos.
Jogadores do Inter não querem jogar última rodada
“O fato é muito maior do que qualquer situação. Em solidariedade a todos da Chapecoense, aos familiares das vítimas e dos sobreviventes, que se envolvem com a Chapecoense, a cidade de Chapecó. A gente quer dizer que se fala muita coisa, mas, para ser bem direto, não se comparam as situações e o momento mais do que excepcional de tristeza. O campeonato fica nessa dúvida. Não tem tabela, não tem nada. A gente gostaria de deixar bem claro, por uma questão de respeito e emocional, que não teríamos condições de jogar a última partida. Como somos profissionais, respeitamos hierarquias, leis e regras. Se houver, vamos cumprir. O nosso sentimento com a situação toda, pelo que sentimos, é de não ter rodada”, disse o meia Alex, em nome do grupo, numa entrevista coletiva.
A direção do Internacional seguiu na mesma linha.”O clima é ruim. Os colegas de vocês (jornalistas), deles (jogadores)… É muito complicado. Eu concordo com os jogadores, e vamos acatar o que for definido”, disse Vitório Píffero.
O Figueirense, adversário do Sport, também demonstrou que não pretendem jogar a última rodada. Por enquanto, a CBF mantém a última rodada no dia 11 dezembro.