
A lesão grave sofrida por Jamerson no tornozelo direito acendeu um alerta dentro e fora do Vitória. O lateral tem contrato com o clube apenas até o fim da temporada, mas a previsão médica de recuperação varia entre quatro e seis meses — ou seja, ele pode não retornar aos gramados antes do término do vínculo.
Diante do cenário, surge a dúvida: o clube é obrigado a renovar o contrato com o jogador lesionado?
A resposta é não. A atual legislação esportiva brasileira não impõe a renovação automática do contrato de um atleta que se machuca durante a vigência do vínculo. No entanto, a Lei Geral do Esporte (Lei nº 14.597/2023) — que substituiu a antiga Lei Pelé — estabelece obrigações claras de assistência médica e reabilitação.
Segundo o artigo 118 da nova lei, “o clube ou entidade de prática desportiva é responsável pela assistência médica integral ao atleta profissional, inclusive após o término do vínculo contratual, se a lesão tiver ocorrido durante a vigência do contrato”.
Na prática, isso significa que o Vitória não é obrigado a estender o contrato de Jamerson, mas tem o dever de garantir todo o tratamento médico necessário até a sua plena recuperação, mesmo que o vínculo empregatício tenha se encerrado.
Apesar disso, Jamerson pode acabar permanecendo no elenco. O lateral está emprestado pelo Coritiba até dezembro, com cláusula de opção de compra já em negociação antes da lesão. Em 2023, o Vitória passou por situação semelhante com Felipe Vieira, também lateral-esquerdo, que rompeu os ligamentos do joelho enquanto estava emprestado. Mesmo lesionado, o jogador foi adquirido e teve contrato renovado.
Atualmente, o elenco conta apenas com Maykon Jesus como lateral-esquerdo de origem. O zagueiro Zé Marcos tem sido utilizado improvisado na função, mas o técnico Thiago Carpini já confirmou publicamente que o clube irá ao mercado em busca de um substituto para Jamerson.