Em coletiva de imprensa após a vitória por 1 a 0 diante do Corinthians, em São Paulo, o técnico Vagner Mancini trouxe vários aspectos acerca da partida. Não apenas o que aconteceu dentro de campo foi assunto, como o retrospecto desde a sua chegada e os principais aspectos do adversário desta tarde, motivo de atenção ao longo da semana de treinamentos.
“Acho que o jogo de hoje e a vitória que nós tivemos diante do Flamengo tiveram uma semelhança muito grande. No caso do Flamengo, um time mais técnico, e hoje um time muito organizado, que tem muito equilíbro, não se desespera. Mas o Vitória esteve, em boa parte do jogo, muito concentrado. Os atletas estão de parabéns, porque há muito tempo eu não via um time com tamanha dedicação na parte tática. Tenho que exaltar os meus jogadores no dia de hoje, não só pela brilhante vitória que tiveram, mas pela dedicação e a determinação de fazer, em campo, aquilo que foi montado estrategicamente ao longo da semana. O Vitória mostrou que soube aproveitar melhor a semana, conhecia bem as peças do Corinthians, a maneira de jogar. A gente tem que, logicamente, ficar feliz, porque nós vencemos o líder do campeonato, invicto há tantos jogos, e vencemos jogando um excelente futebol, principalmente no segundo tempo, quando a equipe teve umas quatro oportunidades, além de um gol anulado injustamente. Poderíamos até ter ampliado o placar”, afirmou.
Mancini comentou sobre a motivação que este resultado pode trazer para a sequência do campeonato, lembrando também o outro bom resultado que obteve neste ano jogando na Arena Corinthians, um empate por 1 a 1, quando ainda treinava a Chapecoense.
“Fico feliz por isso, porque não é facil jogar aqui. O Corinthians tem uma maneira muito segura, organizada e estruturada de jogar. Tem a velocidade, um campo mais rápido que os outros. Isso não serve de desculpa, mas é um ponto a ser considerado, a velocidade da bola é outra, às vezes o atleta chega atrasado em determinados lances, porque há uma diferença. Sobre a sequência, o Vitória necessita vencer adversários fortes, contra esses adversários a gente vem bem no campeonato, desde que eu cheguei. E contra o Avaí, que está ali perto, acabamos sucumbindo em casa, num jogo que tivemos nas mãos, um pênalti perdido e algumas outras chances. Desde que cheguei no Vitória, foram cinco jogos, em nenhum a nossa equipe sofreu mais do que teve oportunidades, mesmo jogando diante de Cruzeiro, Flamengo e Corinthians. Tenho de salientar que houve uma mudança significativa na maneira de jogar, mas é necessário somar pontos”, destacou.
Em seguida, o treinador avaliou o adversário, citando o trabalho de pesquisa feito nos últimos dias visando a partida.
“Não sei se tem receita, mas, acima de tudo, você tem de estar extremamente equilibrado em campo, ter uma organização tática e estudar o Corinthians. O Corinthians hoje tomou um gol num lance que foi muito estudado por nós. Foi numa saída de bola, onde eles perderam a bola no setor central e tomaram, já em seguida, o contra-ataque. Nós estudamos isso, viemos com a proposta de não jogar por dentro, tentar fazer o jogo só por fora, porque o Corinthians está armado exatamente para isso. Eles têm dois volantes que roubam muito a bola e saem rápido no contra-ataque com os outros quatro que jogam à frente, dois nas extremas e dois centrais. Todas as outras equipes também estudam. Às vezes, aquilo que você propõe não dá certo dentro do jogo, porque você toma o gol no início do jogo e tem que mudar a proposta. Mas eu acho que a forma mais inteligente de jogar diante do Corinthians é saber ter posse de bola em primeiro plano. O Corinthians te dá a posse de bola, mas ele quer jogar no seu erro. Quanto menos você erra, mais você tira o Corinthians do jogo dele. A proposta que nós tínhamos hoje era causar algum desforto ao Corinthians. Claro que o gol logo no começo do jogo fez com que ele tivesse que se abrir mais, mas a gente estudou bem todas as possibilidades”, analisou.
Por fim, questionado sobre os números do jogo, o comandante rubro-negro teve um rápido desentendimento com um dos repórteres presentes à coletiva.
“Você estava no estádio? Assistiu o jogo? Uma finalização? Você vai me desculpar. Sinceramente, ou você é corintiano… Eu vou enumerar aqui as chances de gol do Vitória, só para ver como você está equivocado na sua visão do jogo. O Vitória fez 1 a 0, aos 12 minutos, com o Tréllez. Na segunda etapa, teve uma chance clara de gol com o Neilton, que o Cássio defendeu. Teve uma outra chance com o Carlos Eduardo, outra com o Patric. Só aí foram quatro oportunidades. E um gol anulado de forma equivocada. Qual foi a chance de gol do Corinthians? O Corinthians teve 80% de posse de bola e duas oportunidades de gol, o Vitória teve 20% de posse e quatro oportunidades. Eu estou contestando a sua visão de jogo. Você está sendo parcial. Como jornalista, deveria ser imparcial. Vou terminar a entrevista agora, porque você tem de rever os seus conceitos. Vocês não podem, de maneira alguma, falar que o Corinthians hoje fez uma má partida, porque o Corinthians fez um grande jogo e perdeu para uma equipe que jogou, que estudou, que foi estratégica, e que veio aqui em São Paulo e tirou a invencibilidade. Vocês têm que dar um pouquinho mais de valor a quem é de fora de São Paulo. Eu sou paulista, nascido em Ribeirão Preto, e vocês da imprensa de São Paulo têm que olhar um pouquinho diferente para todo mundo porque o Brasil é muito grande”, concluiu.
O próximo confronto do Vitória será contra o Coritiba, no estádio Couto Pereira, em Curitiba. Válido pela 22ª rodada da Série A, o jogo acontecerá na segunda-feira (28).
