Manto Rubro-Negro: a evolução dos uniformes do Vitória

Nesta terça-feira (12), a fornecedora de material esportivo Puma lançará os novos modelos do uniforme 2015 do Vitória, em um evento que acontecerá após o primeiro jogo da Final da Copa do Brasil Sub-17. Diferente de outros anos, nenhuma imagem foi vazada, prova de que tudo está no sigilo absoluto e não se sabe quais mudanças haverá em relação ao atual.

Enquanto não conhecemos o novo manto, vamos relembrar os mantos anteriores ao longo da história, suas curiosidades e histórias:

Como alguns devem saber, o primeiro uniforme do clube eram nas cores preto e branco (na época, pela facilidade de acesso às tintas para os uniformes) em listras na vertical. Ainda na década de sua criação, o branco deu lugar à cor vermelha e assim tornava o Sport Club Victória rubro-negro e, com esse uniforme, conquistou seu primeiro título em 1908, o então campeonato baiano. Em 2013, a fornecedora Penalty recriou uma versão retrô do primeiro uniforme como 3º uniforme, o que agradou muitos torcedores. Já em 1999, a fornecedora Topper lançou também um uniforme em comemoração ao centenário do clube, uma versão retrô do uniforme que conquistou o primeiro título. A curiosidade fica por conta de pontos brancos no centro da camisa na vertical, fazendo alusão aos botões da camisa, usadas na primeira década de 1900.

As listras verticais acompanharam o clube na transição do profissionalismo do futebol no clube na década de 50. Perdurou até a década de 70, quando começou a adotar as listras na horizontal. A camisa ficou mais conhecida pelo restante do Brasil, principalmente pelo time comandado por Mário Sérgio, André Catimba e Osni. O “porém” ficou por conta da semelhança com o uniforme do clube carioca Flamengo, o que chegou a causar um início de confusão por parte da torcida.

O manto da década de 80 foi marcado pelo uso de um patrocinador (master) no centro da camisa. Com todos os outros clubes também usando, era uma nova fase (mais enriquecedora financeiramente) do futebol brasileiro. O primeiro patrocinador do Vitória foi o extinto Banco Econômico. A fornecedora era a Adidas e nessa notamos que as listras horizontais eram mais largas: se na década anterior existiam cerca de sete a oito listras entre vermelho e preto, essa haviam apenas três, sendo que a preta ficava mais ao centro, destacando o nome do patrocínio em branco.

Esse modelo de uniforme perdurou até o início dos anos 90, quando em 1993 veio o modelo mais conhecido e querido pela maioria dos torcedores rubro-negros. O então “Brinquedo Assassino” formado pelos jovens Alex Alves, Dida, Paulo Isidoro e Rodrigo, usaram o manto em que as listras horizontais se tornaram linhas que lembravam frequência cardíaca, o que gerou entre os torcedores a lenda de que os jogadores “jogavam com o coração à mostra”.

A partir daí, o Vitória viria a abandonar as listras, tanto verticais como horizontais. Em 1995 mesmo, o uniforme tinha umas figuras que remetiam a “estouros”. Até 1998, o Vitória foi patrocinado pelo Banco Econômico/Excel e isso marcou também a mudança do uniforme anualmente ou no máximo de dois em dois anos, como ocorre até hoje diferentemente de anos atrás que duravam anos. Em 1999, o Vitória volta a usar as listras horizontais e uma grande faixa branca ao centro, com o patrocínio da prefeitura de Salvador que, na oportunidade comemorava 450 anos de fundação, ano que ficou marcado pelas boas lembranças do sérvio Petkovic. Já na virada para os anos 2000, as listras voltaram a ser verticais e a curiosidade fica pela tonalidade do vermelho: em todos os outros o vermelho era uma cor mais “viva”, já nesse tem um tom mais escuro.

De 2004 até 2007, as listras voltam a ser horizontais, mas dessa vez muito mais finas que antes. Em 2007, o Vitória lançou um terceiro uniforme que por muitos, é considerado o mais feio: uma camisa dividida pela metade em vermelho e cinza, com alguns detalhes pretos e brancos, causando estranheza em muita gente. A partir de 2008, os uniformes passaram a ter as listras mais espessas, com as mudanças mais significativas ficando com o segundo uniforme, o branco, em que na sua maioria, ganhou cores que cobriam os ombros descendo até a altura do peito. Em 2010, o Vitória, a Penalty (fornecedora desde 2007) e a empresa Cavalera (dos irmãos Cavalera da banda Sepultura), lançaram um terceiro uniforme todo na cor preta, com detalhes em verde e amarelo e com o escudo de quando ainda era o Victória. A curiosidade dessa camisa fica por conta da parte de trás, onde abaixo da gola percebe um círculo e nele está o desenho do Brasil e do continente africano, na época foi dito que remetia às origens da matriz cultural africana no Brasil, principalmente na Bahia.

Em 2012, o Vitória em uma ação de marketing para promover a doação de sangue, lançou a campanha “Meu Sangue É Rubro-Negro” e teve um grandioso sucesso. Consistia na ausência da cor vermelha nas listras horizontais, deixando o uniforme preto e branco: a cada momento em que a doação de sangue aumentava nos postos de coletas, uma listra era preenchida com a cor vermelha, fazendo a alusão de que o estoque do banco de sangue ia crescendo. E isso ficou até ser completamente preenchida, resultando no sucesso da campanha, repercutindo mundialmente.

Em 2014, o Vitória rompe com a Penalty e assina com a Puma, como nova fornecedora do material. E já nesse ano, mais uma ótima campanha foi lançada pelo setor de marketing do clube que consiste na promoção da doação de órgãos que tem como slogan “O jogo termina pra mim mas começa para outra pessoa”, funcionando da seguinte maneira: o jogador que está sendo substituído tira o escudo do seu uniforme (o jogo termina pra mim) e cola no uniforme do jogador que está entrando (mas começa para outra pessoa). Esta campanha também vem sendo repercutida em todo o país.

Agora estamos todos nós à espera do novo manto rubro-negro, se haverá mudanças significativas ou mínimas, mas o que se espera é que mantenha a identidade deste clube que tanto amamos e mais: que os jogadores percebam a carga histórica que esta camisa tem e venha honrá-la como ela deve ser sempre.