As cinco mil pessoas que foram ao Barradão na última sexta para a apresentação do trio DKV passaram uma falsa impressão de que tudo está de vento em popa no Vitória.
Mas que falsa impressão é essa? O ano começou com goleada em amistoso internacional, novos reforços foram apresentados – velhos conhecidos e “nomes de peso”, o time disputa as quartas de final do Baianão…
Fora do gramado, inaugurou três novos campos de treinamento na Toca e está recuperando os outros três já existentes, levantou vestiários, academia e departamento médico para as divisões de base, fez reformas pontuais na estrutura do Manoel Barradas…
Pergunto novamente, que falsa impressão é essa? A diretoria se reúne com os sócios regularmente, afirma recusar jogos de apelo à Fonte Nova, diz buscar com ousadia por investidores para o Barradão, garante a continuidade das obras da Via expressa, amplia lojas do Sou Mais Vitória, põe propaganda do plano no horário nobre da Rede Globo… Que porra de falsa impressão é essa, quem disse isso?
Eu digo. Digo que, embora a maioria dessas ações sejam muito positivas, o Vitória vive uma crise política que não pouco se assemelha à que vive o Brasil, onde um grupo que chega aos 10 anos no poder no clube em 2016 luta veladamente contra a abertura democrática à torcida, temendo grupos que a usam como principal bandeira para conquistar – ou retomar – o tão estimado poder.
Digo que por trás de feitos, mal feitos, discursos e bandeiras, existem os mesmos interesses, a mesma busca pelo poder. É um mal do ser humano, bem verdade, mas é um mal que precisa ser combatido, pelo bem do esporte.
Torcedor, não se deixe enganar. É possível separar as sensações dos jogos do dia a dia nos bastidores do seu clube. Mas dá pra viver de pão e circo, se assim for mais conveniente. Se de sete em sete dias de folia se elege um “melhor prefeito”, por que não se (re)elegeria uma “melhor gestão”? E que falsa impressão é essa mesmo?
Começou bem, mas terminou péssimo. Sou a favor da democracia, mas reconheço que democracia não garante título, grandeza ou hegemonia. O torcedor do Vitória de verdade quer ver seu time bem, que ver seu time em ascensão, conquistando títulos independentemente de quem esteja no poder, se Raimundo Viana e sua cúpula passar 100 anos no Vitória e nos der títulos que ainda não conquistamos, o que mais importa? Mil vezes a perpetuação de uma gestão que dê certo que a alternância de poderes que não traz garantia de resultados.
Para finalizar quero só ressaltar que não estou defendendo nenhum grupo político, nem Falcão, nem Alexi, nem Raimundo Viana, nem Manuel Matos, nem José Rocha, nem Sinval Vieira ou tampouco de Paulo Carneiro. Torço unica e exclusivamente pelo sucesso do Esporte Clube Vitória e sugiro que os que se dizem torcedores façam o mesmo.
Olá Diego, tudo bem?
Cara, é uma balança complicada. Concordo que a democracia não garanta títulos, mas garante a liberdade participativa. A perpetuação de poder gera riscos como a alienação de quem, em pleno 2016, repete que está tudo bem se “rouba mais faz”. Já a democracia fortalece as instituições e garante rotatividade de postos, não permitindo abusos.
Volto a entender e concordar contigo, mas este post em Extracampo serve justamente para não lhe deixar esquecer o lado negativo do momento atual do Vitória, que é um clube que não consegue se desgarrar dos aproveitadores, pseudos donos e seus coligados. Pense nisso.
Agradeço por acompanhar o Arena Rubro-Negra, SRN!