O Vitória de Mancini já tem a sua forma de jogar: marcação encaixada nos meias dos adversários, marcação adiantada na saída de bola e jogo direto e veloz.
Quando não encaixa a marcação, o time sofre como sofreu no primeiro tempo na final contra o Bahia. Além disso, o Vitória foi surpreendido.
Doriva desarmou o 4-3-3 com Juninho no meio de campo organizando o jogo para trabalhar no 4-4-2 com duas linhas. Paulo Roberto e Feijão por dentro, Danilo Pires e João Paulo Gomes pelos lados. A estratégia era criar superioridade pelas pontas e abrir o time do Vitória. Deu certo.
O Vitória teve dificuldade para encaixar a marcação. Foi preparado para jogar numa postura reativa pois esperava um Bahia com posse de bola. A parte emocional também pesou.
O Vitória entrou pilhado demais na decisão. Como Mancini fala, entrou para guerriar, mas ultrapassou o limite. Três expulsos, cinco amarelos e um time totalmente desequilibrado.
No segundo tempo, o Vitória conseguiu equilibrar o jogo, mesmo assim sofreu. Doriva colocou jogadores de velocidade nas pontas e passou a forçar ainda o jogo por ali. Caíque fez duas grandes defesas para evitar o segundo gol.
Agora, a chave muda. A disputa do Brasileiro é particularmente desgastante para os nordestinos. A falta de emocional demonstra que o time precisa de reforços com lastro para disputar uma série A.
Hoje, Mancini tem um time competitivo capaz de permanecer sem maiores sustos na série A. Tudo isso é desenhado fora das quatro linhas. Lá dentro, o jogo muda.
A última cena de uma campeonato marcado pelas denuncias no TJD e trocas de farpas foi lamentável. Profissionais do futebol trocando empurrões e socos no meio do gramado de um estádio de Copa.