A torcida estava esperançosa. O treinador e a equipe, pelas entrevistas, também. O então presidente foi afastado. Tudo caminhava para que o Leão saísse do poço das más atuações no campeonato. Mas a maré virou e o Vitória voltou a se desesperar no Brasileirão.
Após a vitória contra o Operário, o treinador Wagner Lopes tinha alcançado os 60% de aproveitamento e o Leão não perdia há cinco jogos. A vitória fora de casa, a primeira no campeonato, era o auge de uma equipe que parecia evoluir. Mas veio a derrota no jogo do Remo e as coisas voltaram a desandar.
Do Operário para cá, foram três derrotas e três empates e Wagner viu seu desempenho despencar para 36,3%. Contra o Goiás, na última rodada, o pior momento. Foram 3 tentos a zero, fora o péssimo desempenho da equipe.
A postura do time e do próprio técnico mudaram e isso teve impactos dentro de campo. Buscando saídas para um time sem qualidade, com elenco mau montado e planejado pela diretoria, o treinador fez mudanças que não surtiram efeito.
O lateral-esquerdo Roberto virou ponta (ou meia-esquerda) em dois jogos. O treinador formou o time com três volantes em algumas oportunidades. Eron saiu de titular em uma partida. Caíque Souza que, até então pouco aparecia entre os relacionados, teve duas chances no time. Guilherme Rend também retornou e já foi escalado nos últimos três jogos. Modificações que não ajudaram e até pioraram a situação em alguns casos.
Fora de campo, Wagner Lopes também deixou de lado o otimismo e o discurso positivo de grupo. Passou a falar que muitos jogadores iriam perder espaço, reclamou de questões internas e de que como a imagem do clube estava impactando nas contratações. Isso sem falar nos salários atrasados, citados por Raul Prata em coletiva.
E agora?
É triste de dizer, mas não há muita saída para o Vitória. A impressão que eu tenho é que o desespero bateu a porta do treinador. O time é desqualificado em muitos aspectos, principalmente no setor ofensivo, e o extracampo tem atrapalhado. Contratar já não é mais uma opção e agora é trabalhar com o que tem.
É torcer e tentar encaixar uma formação que garanta algumas vitórias. O que significa escolher, pelo menos do meio pra frente, os que não são tão ruins no elenco. É duro, mas é a realidade.