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Pontos perdidos não voltam, mas trazem reflexões

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66% de posse de bola e mais de 400 passes trocados, mas pouca profundidade. Perder quatro pontos no Barradão em um campeonato de pontos corridos é trágico, mas informam ao técnico Vagner Mancini que o sistema de jogo do Vitória chegou ao seu limite. É hora de repensar.

Mancini completa dois meses no comando do Vitória na próxima terça-feira (04). Nesse tempo, não houve evolução no plano tático implantado por Wesley Carvalho. Do sistema de jogo do interino, o rubro-negro perdeu profundidade e triangulações.

Diante do Macaé e do América/MG, o Vitória teve dificuldade de furar o bloqueio defensivo. Contra os cariocas, conseguiu pressionar e criar oportunidades, mas contra os mineiros, pouca coisa criada.

Givanildo Oliveira povoou o meio de campo e só permitiu que Mattis, Matos e Ramon tivessem liberdade para trocar passes. A prova disso foi os 70% de posse de bola no primeiro tempo e os 53 passes de Guilherme Mattis e 50 do seu companheiro de zaga.

O Vitória não se aproximava para triangular ou fazer trocas de passes rápidas. Os jogadores esperavam bola no pé para fazer as jogadas. Somente Flávio e os laterais buscavam a bola no trio defensivo para tentar acionar o ataque.

O resultado de 0 a 0 foi injusto. O América merecia sair com a vantagem pelas chances criadas nas costas do lateral Diego Renan, que virou um ponta-esquerda, para dar amplitude pela esquerda. Do lado oposto, Rhayner fazia esse papel.

Rubens, Marcelo Toscano, Felipe Amorim e Tony infernizaram a defesa rubro-negra com a bola, forçaram os erros da defesa, mas pecaram nas finalizações. Sorte do Vitória.

No segundo tempo, Mancini trocou Flávio para a entrada de Rogério. Contudo, sem resultado prático. Faltava alguém para organizar o jogo.

Mancini lançou Pereira no lugar de Rhayner e mudou o esquema para 4-2-3-1. Apesar da boa movimentação, Pereira não conseguiu dar ritmo ao time.

Diogo Mateus, que fez uma partida abaixo do seu normal, cometeu pênalti em Xavier, o melhor em campo. Na penalidade, saiu o gol.

Sem a vantagem, Mancini trocou a referência. Saiu Elton e entrou Robert. O Vitória passou a pressionar na base do coração do que na organização.

Até aos 41, quando Alison, ex-zagueiro rubro-negro, falhou e Rogério marcou. Ufa! Empate conquistado.

Assim como o empate contra o Macaé, o resultado contra o América/MG não alterou a situação rubro-negra. Manteve a segunda colocação, porém perdeu quatro preciosos pontos em casa.

A perda pode gerar uma reflexão. O Vitória pode ter um time ofensivo que proponha o jogo principalmente nos seus domínios.


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2 COMMENTS

  1. ótimo. E acho que o Mancini perdeu aquele pé atrás pra mudar a tática do Vitória. Eu acho que o Vitória faz um uso excessivo de volantes, principalmente dentro de casa. Quem sabe agora a gente não abandona de vez o 4-1-4-1, acho que o clássico Mancini no 4-2-2-2 seria mais eficaz agora. O Flávio é super voluntarioso, mas não tem porquê continuar mantendo ele e o Pedro Ken em funções semelhantes. O Pereira não jogou bem, mas mostrou que sabe se movimentar, acho que com um pouco de ritmo pode ser uma opção. Ou quem sabe subir um pouco mais o Pedro Ken, ele já fez essa função no Vitória antes, pode ser uma opção.