Já não é novidade para ninguém que quando os clubes de menos aquisição financeira quando enfrentam os que são mais valorizados pelas grandes empresas a tendência é sempre ser o franco atirador. A tendência é sempre ser taxado como pequeno, principalmente se vier do Nordeste. Uma região tão rica e ao mesmo tempo tão vítima de preconceito.
Durante a semana do jogo contra o Internacional ouvi uma frase que gerou certa polêmica no meio esportivo, principalmente depois da partida de ontem: o Vitória não tem muito o que mostrar contra o líder do Brasileiro. É verdade. Talvez falando de equipe, o Leão seja hoje um time que não tem muito o que mostrar, não tem muito o que oferecer.
Uma equipe que tem no seu ataque a melhor arma, no meio a voluntariedade e na zaga, apesar da exposição que se tinha, um reconhecimento. Tudo isso já mostrado e sem nenhuma novidade, mas sim com muitos pontos a serem corrigidos. Não é surpresa para ninguém que o time de Vagner Mancini tem suas qualidades e seus defeitos. Nada muito a mostrar de diferente. Só esqueceram de citar que mística não se mostra, se sente.
E é essa mística foi fundamental, mais uma vez. Já diria o ex-goleiro pentacampeão mundial Marcos: “Pode chamar o Manchester United para jogar lá no Barradão que eles vão tomar pressão”. E mais uma vez ele esteve lá: o Manoel Barradas. Mesmo que com apenas nove mil expectadores vestiu a camisa 99, já que a 9 é de Kieza, ele entrou em campo para fazer quarteto de ataque com o K9, Marinho e Dagoberto. Mas esse Barradas não é pragmático, esse Barradas é guerreiro e voluntarioso.
Ele ajuda também lá atrás, na defesa. Ajudou contra o Corinthians, onde deu várias mãos a mais a Fernando Miguel, e ajudou também contra o Colorado, quando montou um ferrolho ao lado de Amaral, William Farias, Euller, Norberto, Victor e Ramon.
A vida nos ensina que às vezes estamos enganados, e quão bom é reconhecer isto. Poucos perceberam durante a partida, mas Dagoberto, experiente e talvez o jogador mais reconhecido do elenco, durante um momento difícil do jogo, que o time sofria com o cansaço de jogos a cada três dias, pedia força a torcida, até mesmo quando ele próprio sofria de câimbras.
Já são 13 anos sem conseguir ganhar em Salvador do rubro-negro baiano. O Internacional vai ficar mais um ano sem ter o que mostrar no Barradão. Aceita, que dói menos, gauchada! Caiu na Toca…