O Vitória terá clássicos estaduais em 2024. Campeonato Baiano, Campeonato Brasileiro e com possibilidades de Copa do Brasil e Copa do Nordeste. O aumento nos jogos gerou novamente a discussão sobre torcida única ou torcida mista nos estádios.
Nesta semana, foi anunciada a recomendação do Ministério Público (MP) pela manutenção da torcida única nos estádios. De acordo com a procuradora Thelma Leal, a decisão foi tomada em conjunto pelo MP, Polícia Militar, Federação Baiana de Futebol (FBF), Assembleia Legislativa e pelos clubes Vitória e Bahia. A reunião aconteceu em novembro.
“Em novembro realizamos uma reunião com a PM, com a FBF, com Bahia e Vitória, e com representantes da Assembleia Legislativa. A ideia era estabelecer os critérios para a audiência pública. Todos foram unânimes, menos a Assembleia Legislativa, que não opinou, informando o clima de tensão. Estávamos prestes a possível queda do Bahia para a Série B. A decisão pela manutenção da torcida única é baseada em provas concretas de violências que aconteceram esse ano. Neste momento não temos nenhum indicativo para pedir o retorno da torcida mista. Nós criamos um banco de trabalho relativo aos estádios. É uma tentativa de melhorar a situação no entorno dos estádios, melhorar o acesso. Tivemos reuniões com o MP do Rio de Janeiro e o resultado foi muito positivo”.
Segundo a promotora, existe a possibilidade de mudança na recomendação no decorrer do ano, a partir de medidas de segurança no entorno dos estádios. “Quem sabe, no meio do ano, ou final do ano, a gente tenha ambiente mais favorável. Sonhei com audiência pública. Infelizmente, não tive condição de fazer agora. Não desistimos de fazer torcida mista. Mas não podemos transacionar agora”, concluiu.
Durante a entrevista, a promotora foi perguntada sobre a diferença na situação de segurança em relação ao Carnaval, comparação que já foi feita pelo presidente Fábio Mota a favor da torcida mista. “Precisa levar em consideração que o clássico Ba-Vi é movido pela paixão. É completamente diferente do Carnaval. Na partida de futebol, o torcedor está movido por pura emoção e pode exceder todos os limites. Não há incapacidade, há falta de interesse. A situação pode ser resolvida, mas o poder público não se moveu com relação a isso”, comentou a promotora.