Gol no começo era tudo que o Vitória precisava e queria. Teoricamente era só segurar e continuar explorando os contra-ataques, mas o árbitro indeferiu e o jogo desandou.
Com metade da linha defensiva fora, Mancini não abdicou do 4-1-4-1. O Náutico optou por propor o jogo, algo normal para o jogo em casa. Logo aos sete minutos, Rhayner roubou uma bola no meio e foi acionado por Escudero. O camisa 7 deslocou o goleiro e marcou.
Com o gol, o Vitória se fechou mais ainda, porém dava espaço na entrada da área e no setor direito. O Náutico começava a ameaçar seriamente quando aconteceu um lance que mudou a história da partida.
O lateral Gaston e o atacante Elton se estranharam. O árbitro deu cartão amarelo aos dois jogadores. No minuto seguinte, expulsou o atleta do Náutico e do Vitória. Lisca e Mancini entraram em ação e o técnico pernambucano ganhou o jogo.
Mancini alterou a estrutura. Sem um homem de referência, Rhayner saia da direita para o centro, Flávio, Escudero e Ken se aproximaram para tentar manter a posse de bola. Os laterais abriam para criar espaços, mas tentavam cruzar sem um atacante de altura na área.
Lisca alterou drasticamente. Sem o lateral-esquerdo, repaginou o time num 3-3-3. Fabiano Eller virou zagueiro-lateral. João Ananias fechava o espaço esquerdo. Com a bola, o Timbu subiu as linhas e só deixava Ronaldo Alves preso. A superioridade nos espaços aumentou a pressão.
O gol no segundo tempo veio num lance duvidoso. Ednei empurrou Douglas, mas sem força. O árbitro assinalou penalidade, que convertida por pelo atacante pernambucano. Por azar, Fernando Miguel saiu no minuto anterior por lesão.
A virada era questão de tempo, porém o Vitória ameaçou e rondou o gol de Júlio César com a entrada de Robert. O Náutico respondeu com Rafael Pereira no lugar do cansado Guilherme e Josimar em lugar de Gil Mineiro tinha mais volume e contava com a insegurança da linha defensiva do Vitória.
Aos 28, outra expulsão. Mansur reclamou demais e levou vermelho. No lance seguinte, Rhayner, Amaral e Ednei falharam e Rafael Pereira virou.
O Vitória foi para o abafa com Marcelo Mattos como um terceiro zagueiro e Amaral mais avançado. Só serviu para assustar.
O prejuízo foi relativamente pouco. A vaga assegurada no G-4 e apenas dois pontos atrás da liderança. Na terça, contra o Macaé, o Vitória desfalcado terá a chance de voltar a vencer.
Sobre Ednei e Mansur já falei muito. Evaristo de Macedo tinha uma teoria. “Jogador ruim tem que mandar embora, porque senão um dia você vai precisar ele.”