Diante das alternativas do elenco e do poderio do adversário, era necessário uma postura diferente do Vitória. Mesmo jogando no Barradão, jogar com um time atrás da linha da bola e buscando a transição em velocidade pelos flancos não seria num demérito.
Mancini surpreendeu no primeiro tempo. Colocou o time pra cima do Corinthians, marcando a saída de bola com a linha de defesa alta, mas expôs em demasia por conta da lentidão da transição defensiva. O bom time corintiano logo percebeu que as laterais, sobretudo a direita. José Welison e Victor Ramos se desdobravam para fechar um espaço na frente da zaga, logo aparecia o espaço.
O time paulista apostava em rápidas trocas de passes buscando a movimentação do seu sistema ofensivo. Se deu muito bem. Antes do primeiro gol, criou, pelo menos, três boas chances, mas Fernando Miguel em tarde iluminada salvou.
O primeiro gol aconteceu após uma retomada de bola pela esquerda. Uendel percebeu a oportunidade nas costas da defesa mal posicionada e surgiu livre para marcar.
O Vitória seguia com a linhas de marcação alta e cada vez mais expôs aos perigosos contra-ataques corintianos, mas o talento de Leandro Domingues, desaparecido nos últimos jogos, empatou o confronto.
O jogo seguia aberto e o Corinthians seguia muito melhor. Foi numa jogada toda trabalhada na frente da defesa rubro-negra que resultou num cruzamento de Giovanni Augusto, desvio de André e gol de Fagner. Era o desempate. Se houvesse placar moral, seria, pelo menos, quatro gols para o time paulista diante da disparidade.
No segundo tempo, Mancini leu bem o jogo. Percebeu que se mantivesse a mesma postura tática seria goleado novamente. E fez o simples. Recuou as linhas. Passou a marcar no seu campo e explorar as costas dos laterais corintianos.
José Welison, em tarde infeliz, foi substituído por Norberto. O empate veio logo com Vander. Transição rápida para Kieza. O camisa 9 deixou de cabeça para Vander, que ganhou na velocidade e cruzou para Marinho marcar o empate.
O Vitória manteve a postura tática. Duas linhas de 4, Leandro Domingues e Kieza mais a frente, todos atrás da linhas de bola. Em mais uma transição rápida para K9. Ele tabelou com Domingues e virou o jogo.
A partir daí, o Corinthians pouco ameaçou, o Vitória seguiu trabalhando fechado na espera de um contra-ataque para ampliar. Nem a irresponsabilidade de Vander expulso no final.
O resultado alivia a pressão sobre Mancini, dá um caminho para trabalhar no Brasileiro, mas mostra que reforços são necessários.