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“Estarei lutando para não permitir que coisas erradas aconteçam”, desabafa presidente do Conselho Fiscal

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Foto: Reprodução / Bocão News - Edson

Insatisfação, revolta e decepção. Esses três sentimentos pautaram a entrevista exclusiva com Coronel Cristóvão Rios, presidente do Conselho Fiscal do Vitória, ao Arena Rubro-Negra.

O Conselho Fiscal do Vitória tem a função prioritária de fiscalizar as contas do clube, mas com a criação da Lei do Profut, os membros do Conselho passaram a assinar os contratos de antecipação de receita conforme explicou Cristóvão Rios.

“No caso especifico do Vitória, o conselho fiscal tem pelo seu estatuto a função de fiscalizar, acompanhar e o poder de inspeção e fiscalização e controle do Esporte Clube Vitoria. Só que além do estatuto, a lei 1.155 de 2015, deu mais algumas obrigações ao Vitória, tendo os membros do conselho fiscal assinado documento em que o Vitória declara as antecipações de receita. Essa foi uma das exigências pra que o Vitória aderisse ao Profut, o que não existia antes. Outra grande responsabilidade é que os membros do conselho eles passam a responder solidária e limitadamente pelos atos ilícitos praticados do conselho diretor, ou contrários ao estatuto.”

A insatisfação de Rios é explicada pela falta de prestação de contas dos contratos assinados para a construção da Arena Barradão. No dia 25 de julho, o vice-presidente, Manoel Matos, promoveu um café com os conselheiros para apresentação das contas do novo equipamento e declarou que já foram gastos 1.068.000 reais, mas os documentos não foram apresentados ao Conselho Fiscal.

“Essa situação [falta de prestação de contas] que esta reinando, onde o vice-presidente no dia 13 de Julho na Transamérica, que tinha oito contratos celebrados em prol da arena. no dia 25, num café no hotel Sheraton, ele declarou que tinha gasto um milhão e 68 mil em projetos paralelos. o conselho fiscal e deliberativos não foram consultados. Endereçamos um oficio dia 14 de julho pedindo os contratos da arena, da globo e os feitos do ano passado ate esse ano. Não tive resposta. No dia 8 de julho, mandamos o segundo oficio ao conselho diretor, fixando na ata. O nosso estatuto ele exige que gastos acima de 30 salários mínimos seja feita uma concorrência administrativa com a publicação em pelo menos em um jornal de grande circulação e não vimos nada disso. Fiz uma carta buscando harmonizar e não expor ao clube, fiz ao presidente, mostrando que uma obra prevista de mais de 200 milhões deveria ter uma comissão gerindo isso, e não o conselheiro [Hildebrando] Maia lá dentro sem ser nada do conselho diretor. Isso e um grave erro. Viana não respondeu a nada. Um conselheiro propôs a conversar com Raimundo pra buscar e entender o que o Conselho está pedindo.”

Outro ponto de atrito na relação do Conselho Diretor e o Fiscal é o contrato assinado pelo Vitória com a Globo. De acordo com informações, o rubro-negro renovou até 2019, mas o Conselho Fiscal não foi informado.

“Esse ato do conselho diretor de não atender e não oferecer o contrato com a Globo por conta de um item de confidencialidade, isso pode existir para o torcedor e para a imprensa. Pro conselho fiscal isso não existe, já que temos o direito de analisar e examinar todos os documentos sobre o clube e também zelar pelo meu nome. Estamos num caminho muito difícil ter uma volta. Vou exigir ate a ultima estância os documentos, para salva guardar o nosso Esporte Clube Vitória e também de não sermos taxados de tupiniquins e vendidos.”, disse Rios.

De acordo com Rios, o fato de ter eleição no final do ano não atrapalha auditoria nos contratos.

“Nós vamos lutar para receber esses contratos e buscar caminhos para solucionar. Esses contratos tem que ser cancelados caso não sejam aprovados. Será eleito um novo conselho fiscal apos a eleição. Vamos deixar um relatório para aqueles que vão fazer parte do novo conselho, pra se embasar e tomar uma decisão. O que estiver dentro das leis, do Profut e irregularidade vamos fazer de tudo pra regularizar. Lamento a gente estar caminhando dessa maneira, tendo um confronto e necessário. O clube não ganha nada com isso. Manoel Matos e Raimundo Viana precisam abrir tudo pra nós do conselho.”, explicou Rios.

Já, sobre as contas do ano passado, o Conselho Fiscal aprovou, mas com ressalvas, conforme informou Cristóvão Rios.

“Foram aprovadas. Zelando pelo Vitoria, algumas coisas que existiam nos mostramos caminhos. Ricardo Goes é um auditor fiscal tentando e querendo salvaguardar ao clube orientando na parte final das contas, o pessoal do conselho diretor atendeu e aprovamos com ressalvas sendo resolvidas. Não há pretensão do conselho de querer ser mais real do que o rei. Temos os pés no chão e queremos ajudar o Vitória. Não vamos permitir que coisas sem o ordenamento do estatuto não seja cumprido”, revelou o presidente do Conselho Fiscal.

Para finalizar, Cristóvão Rios reafirmou que a luta do Conselho Fiscal para que o presidente Raimundo Viana aceite os ofícios do Conselho Fiscal sobre os contratos da Arena e da TV Globo.

“Eu estarei lutando para não permitir que coisas erradas aconteçam. O conselho está unido. Esses ofícios que foram enviados e até os suplentes assinaram junto com os efetivos. Nós decidimos as coisas em conjunto”, comentou.


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