A atitude afetou não só o time derrotado, como também pode penalizar o torcedor do Vitória. As criticas por parte da imprensa seguem de enxurrada, da mesma forma que as caxirolas cairam no campo do jogo. Um exemplo é o desabafo do comentarista do SporTV, Wagner Vilaron, que pede que o “torcedor bandido” – se é que podemos chamar de torcedor quem prejudica o seu próprio clube -, seja banido dos estádios.
– É lamentável o comportamento do torcedor. Até imagino que muita gente vai falar que não podemos ter a caxirola na Copa do Mundo, afinal de contas, pode ser usada desta forma. É uma forma distorcida, por mentes distorcidas. É interessante porque torcedor briga com bandeira, proíbe-se a bandeira; Briga com garrafa de refrigerante ou cerveja, proíbe-se a garrafa; briga com sinalizador, proíbe-se o sinalizador. Agora, briga-se com caxirola. Quero saber quando a gente vai proibir que o torcedor bandido que usa todos esses objetos desta forma entre no estádio. Tem que parar de culpar os objetos e ir em cima do torcedor que usa desta forma distorcida – criticou o comentarista.
Talvez a ação da torcida tenha sido apenas um ensaio do que pode acontecer com Neymar e cia durante a Copa das Confederações e Copa do Mundo, ambos os eventos organizados pela Fifa, caso a Seleção canarinha não faça uma boa campanha. A verdade é que após o incidente com a torcida do Bahia ficou fácil apontar uma série de utilidades para o instrumento musical, caxirola, idealizado pelo cantor Carlinhos Brown e que para muitos vândalos pode até ser utilizado facilmente como uma soqueira – instrumento de luta bastante conhecido pelos hooligans, famosa torcida britânica pela violência dentro e fora dos estádios.
A repercussão negativa para o Bahia e a Bahia foi grande no país do futebol, mas fora do Brasil a gozação pela escolha do instrumento, que tem o valor sugerido de R$ 29,90 durante os jogos da Seleção segue rendendo muitas criticas, principalmente sob a acusação de plagiar a Inglaterra, que em 1966 utilizou algo similar, mas proibido posteriormente por ser considerado uma arma nas mãos de torcedores revoltados.
Chuva de caxirola, revolta da caxirola ou funk da caxirola. Nada disso importa ou ficará marcado para o mundo, mas sim a falta de educação dos torcedores ao arremessar os objetos dentro do gramado, em protesto pela pífia apresentação do adversário rubro-negro.
Fonte: Mauro Akin Nassor/Fotoarena