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Aceita que dói menos

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Campeão Baiano de 2016 após reverter a vantagem do Bahia e garantir o placar agregado de 2 x 1, o Vitória não só conquistou o troféu Antônio Pena, como também se impôs diante da antiga e não mais eterna parcialidade tricolor nas instituições.

Montado com peças diferenciais para a realidade da competição, é inegável que Leão da Barra alcançou o objetivo final por méritos demonstrados dentro de campo, embora tenha tropeçado em falhas individuais ou de entrosamento.

Por outro lado, o rival Bahia demonstrou incompetência nas contratações de reforços, expondo fragilidades em determinados setores de sua equipe e de sua gestão – que, é bom dizer, arrecada mais cifras publicitárias que o próprio Vitória.

É preciso reconhecer que o mandato atual no Bahia merece atenção pela ousadia do posicionamento contrário às principais instituições do futebol brasileiro, entre entidades organizadoras e a mídia em geral, responsáveis diretamente pelo empobrecimento do esporte mais amado no Brasil.

Mas não pode se deixar de encarar com estranheza a postura desta mesma gestão em relação às causas mais particulares.

O Bahia não foi capaz de conquistar o acesso à Série A em 2015. Entre os fatores disso estava a reforma administrativa que ocorria internamente, fator que poderia influenciar este resultado, mas que não foi exposto desde o início, contradizendo o discurso de transparência de sua diretoria. Pelo contrário, o sonho e a esperança do torcedor foram alimentados até o golpe final diante do Santa Cruz, em plena Fonte Nova.

Em 2016, a ineficiência do time em campo permaneceu latente. Eliminado da Copa do Nordeste e derrotado taticamente em dois dos três únicos jogos contra um adversário de nível equivalente, que foi o Vitória, a diretoria do Bahia claramente fechou os olhos para suas próprias deficiências e concentrou esforços em causas extracampo, como a da contratação do zagueiro Victor Ramos, pelo Vitória, e sua participação no jogo contra o Flamengo de Guanambi pelas semifinais do Baianão, fatos que em nada diziam respeito ao tricolor.

E mesmo com um generoso reforço em suas contas, após contrato com a emissora de TV por assinatura Esporte Interativo, o time do Fazendão permaneceu sem investimentos notáveis em seu plantel, disputando as finais contra um time de nível técnico nitidamente superior, e, após a perda justa do título, se apega novamente à fatores além dos 11 contra 11 para justificar sua incompetência.

Não se pode deixar de respeitar uma figura como a do presidente do Bahia, Marcelo Sant’Anna, que embora esteja em sua primeira experiência administrativa, foi eleito democraticamente ao cargo e presta um bom serviço em alguns setores do rival. Mas não se pode deixar de criticar a postura ingênua e pouco inteligente de enfrentar gigantes sem garantias. O Bahia de hoje não é mais o Bahia de Osório Villas-Boas.

Sant’Anna, a propósito, é um dos supostos pré-candidatos à presidência da CBF, e está sendo alvo do lobby de uma das principais instituições oposicionistas à Confederação, que é a emissora esportiva ESPN. Não a toa este canal midiático tem veiculado incontáveis matérias favoráveis às causas extracampo abraçadas pelo Bahia contra o Vitória, a exemplo dos links que deixamos a seguir.

Portanto, há um caminho lógico e esclarecido que garante ao torcedor do Vitória uma respiração tranquila em relação ao título conquistado no último domingo (8). E por ter se portado de maneira infinitamente serena, eficiente e objetiva diante de um bombardeio de acusações, o Leão nos deu provas de que a velha parcialidade está vencida. Nos deu provas de que, de certo ponto, já podemos concordar com o tão questionado slogan utilizado pela atual gestão rubro-negra. O Vitória está, de fato, cada vez maior.

E aceita que dói menos.


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2 COMMENTS

  1. Grande texto! Ao meu ver, o Bahia perdeu por incompetências próprias. Contratou Cajá quando claramente o time precisa de reforços na defesa: lateral, zagueiro e volante. O Vitória é superior e tem um elenco mais completo, principalmente na marcação. Pra mim, todo esse choro é um estado de negação generalizado em que os torcedores do rival parecem não querer olhar pros problemas do próprio time.

  2. Lembre que Marcelo Santana era/é repórter. A classe se defende, querendo ou não. Interessante que quando do interesse nacional, quando o Vitória foi eliminado pelo Atlético Nacional em pleno Barradão, após gol erroneamente anulado de Dinei, ninguém saiu em defesa do Vitória… Esquecem as garfadas que o Leão tomou no Barradão e na antiga Fonte Nova contra o próprio rival. Defender a classe é uma coisa, prezar pela isonomia e imparcialidade também, mas não há qualquer prova de parcialidade no resultado final do campeonato… Lamentável.