O título do texto já diz muito sobre a tônica do jogo entre Vitória e Grêmio no Barradão pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Desanimado, sem alternativas e muito abaixo tecnicamente, o Vitória foi dominado pelo Grêmio em seu campo e a derrota por 3 a 0 só reforça os problemas que o clube vem enfrentando ao longo dos últimos anos.
Tá tudo errado e não é de hoje. Desde o início do ano, estive criticando a forma como o elenco do Vitória vinha sendo montado. Muitos jogadores da base, atletas muito jovens chegando e atletas experientes já distantes dos seus melhores momentos. Resultado: o time não rendia em campo. Mesmo assim, houve quem comemorasse a classificação para as semifinais da Copa do Nordeste como um grande feito para um clube com a tradição do Esporte Clube Vitória.
Houve quem enxergasse com bons olhos as contratações da diretoria, vistas como apostas pelos próprios dirigentes. Wesley, Walter, Aníbal, Lucas Silva e Bruninho e tantos outros chegaram para vestir a camisa do Leão. Alguns nem sequer tiveram muitos minutos, como até agora Gabriel Inocêncio e Samuel Granada. Entretanto, nenhum deles tem demonstrado um futebol digno da camisa rubro-negra.
A base resolve
Para fortalecer o discurso, alguns levantaram a bola da base como a fórmula do sucesso e, até certo momento, isso fazia sentido. No Campeonato Baiano e nas fases iniciais da Copa do Nordeste, eles apareceram sim. Lucas Arcanjo, Pedrinho, Eduardo, David e Samuel tiveram os seus momentos de glória. Mas se sustentar apenas neles para um campeonato longo e duro como a série B era demais e os torcedores conscientes sabiam disso.
Por isso, houve cobrança por contratações. Houve cobrança em relação ao trabalho de Rodrigo Chagas, técnico demitido após a segunda rodada da Série B. E aí, a diretoria trouxe Ramon Menezes que, como técnico, não tinha e não tem grandes resultados até então.
Ramon cai atirando
Quando Ramon chega, a esperança se renova, ainda mais com a classificação por 3 a 1 em partida surpreendente do Leão contra o Inter no Beira Rio pela Copa do Brasil. Mas a felicidade durou pouco e estamos assistindo a tentativas desesperadas de Ramon em achar o time ideal. Cada jogo, uma formação diferente, Pedrinho de ponta, Dudu no banco, Ronan sequer relacionado.
Contra o Grêmio, o técnico insistiu com os três zagueiros. E tomou gol, de novo. E foi encurralado, de novo. E só se defendeu, de novo. Difícil. As estatísticas mostravam que o Leão não marcava e ainda tinha grandes chances de levar gol nas outras partidas em que utilizou os três zagueiros. Mas, mesmo assim, Ramon manteve o esquema.
O jogo. Que jogo?
Foi vergonhosa a partida contra o Grêmio. Totalmente abatido, com erros de passe esdrúxulos e marcação frouxa, o Vitória tomou 3 gols do Tricolor Gaúcho. Não dá nem para salvar algum atleta do Vitória. Todos jogaram mal.
Agora, resta saber até quando vamos ter de assistir a esse Vitória mau gerido e, infelizmente, mau comandado dentro de campo. É esquecer a Copa do Brasil e tentar fugir do rebaixamento para a Série C. A situação é crítica.