Início Colunas Extracampo Ainda que interino, Fábio Mota alcança objetivo de ser presidente do Vitória

Ainda que interino, Fábio Mota alcança objetivo de ser presidente do Vitória

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Com a renovação da suspensão do presidente Paulo Carneiro e o recente afastamento do vice-presidente Luiz Henrique, Fábio Rios Mota, presidente do Conselho Deliberativo, assume nesta quinta-feira (28), interinamente, a presidência do Esporte Clube Vitória.

A principal cadeira do rubro-negro cai no colo de Mota em meio à crise política que se arrasta há pelo menos sete anos nos corredores da Toca do Leão. Mas, há muito antes, o agora mandatário do clube expõe seu desejo de ocupar o cargo, enfim, então, alcançado.

A este Arena Rubro-Negra, lá em 2015, ele concedeu entrevista afirmando que “Para ser presidente no Vitória você precisa ser indicado”. Pouco mais de um ano antes, no fim de 2013, Mota foi preterido à preferência do então presidente Alexi Portela, que tinha unanimidade no Conselho Deliberativo – em uma época onde a eleição para o clube era definida internamente. Carlos Falcão foi o escolhido e o resto dessa história você deve se lembrar.

Para Mota, no entanto, o destino parece ter sido generoso, pois ao mesmo tempo em que perdia a chance de alcançar seu objetivo, foi alçado à secretaria de Mobilidade da Prefeitura de Salvador, uma das principais pastas do executivo municipal.

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Foto: Inacio Teixeira/ Secom PMS

Quem é Fábio Mota

Fábio Mota possui carreira pública. Foi filiado ao PMDB e afilhado político dos irmãos Geddel e Lúcio Vieira Lima na Bahia. Ocupou a secretaria de Serviços Públicos (SESP) na segunda gestão do prefeito João Henrique, que era seu correligionário.

Pouco depois foi nomeado como secretário nacional de Desenvolvimento de Programas do Turismo, cargo de segundo escalão no Ministério do Turismo, que era administrado pelo PMDB. Ele deixou Brasília pouco antes da eleição rubro-negra, em 2013, ao tempo em que seu aliado, Geddel Vieira Lima, deixava a presidência de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal.

Na época, o PMDB de Geddel e Mota, embora apoiador do governo petista de Dilma Rousseff – cujo vice era o também pmdeebista Michel Temer – fazia oposição ao PT na Bahia, liderado pelo então governador Jaques Wagner. Nas eleições de 2014 o PMDB se juntou ao DEM, que acabara de eleger ACM Neto prefeito de Salvador. O próprio Geddel foi candidato ao Senado na chapa encabeçada por Paulo Souto, porém derrotado pelo rubro-negro Otto Alencar (PSD).

Para Mota, no entanto, a parceria entre PMDB e DEM rendeu a indicação à secretaria municipal de Mobilidade, onde passou os últimos sete anos ao lado do novo aliado, ACM Neto. E permanece, hoje, ainda na gestão municipal, como secretário de Cultura e Turismo, na gestão do prefeito Bruno Reis.

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Foto: Valter Pontes/ Secom PMS

Via Expressa Barradão

Ainda como secretário de Serviços Públicos de Salvador, Mota afirma que, junto ao secretário de Transportes e Infraestrutura, Almir Melo, desenhou o primeiro projeto para a Via Expressa Barradão, obra que, segundo o mesmo, viabilizaria o estádio à modernização.

Já no ministério do Turismo, Mota foi responsável por disponibilizar as verbas para a construção da avenida, o que seria seu passaporte para a presidência do clube, planos então frustrados por Alexi Portela.

O dinheiro, no entanto, foi repassado à Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder) – já que a Prefeitura de Salvador não possuía situação fiscal apta a receber os recursos – e após muitos desdobramentos, obra foi concluída e entregue em 2018.

Após a inauguração da avenida, Mota ainda contribuiu com operações especiais de trânsito e transporte para o acesso ao Barradão, funções que lhe cabiam enquanto secretário municipal de Mobilidade.

Foto: Mário Pinho/Arena Rubro-Negra

Oposição

Após as mágoas da eleição rubro-negra de 2013, Fábio Mota se retirou do Conselho Deliberativo e se aproximou da oposição à Alexi Portela. Retornou ao clube como conselheiro em 2017, eleito na chapa Vitória do Torcedor, que era encabeçada por figuras como Ivã de Almeida, Agenor Gordilho, Ademar Pinheiro Lemos e Sinval Vieira.

Novo “Cardeal”

Em 2019 Fábio Mota reelegeu-se, agora como presidente do Conselho Deliberativo, pela chapa Vitória Gigante, Unido e Forte, que reunia os principais líderes do clube, os chamados “Cardeais” – inclusive Alexi Portela, e foi responsável pela campanha de recondução de Paulo Carneiro ao Vitória.

A eleição em questão lhe trouxe o título de “novo Cardeal”, uma vez que a cadeira de presidente do Conselheiro Deliberativo rende ao eleito o cargo de conselheiro vitalício.

Foto: Diogo Lima/Arena Rubro-Negra

Agora, em meio a crise política envolvendo a gestão de Paulo Carneiro, Mota se voltou ao aliado, atuou em favor de sua suspensão e, enfim, com afastamento do vice-presidente Luiz Henrique, foi alçado, ainda que interinamente, ao cargo que tanto buscou.

À imprensa, Fábio Mota já afirmou que não poderá cumprir as funções de presidente, já que, acumula a liderança do Conselho Deliberativo e também cumpre mandato como secretário municipal. Ele indica que o clube será administrado por um grupo gestor formado por ele e outros “Cardeais” até o retorno e Luiz Henrique, que, na teoria, deve acontecer em 30 dias.


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