Parecia que o Vitória sairia da zona incômoda. Com um primeiro tempo de bom jogo, toques de bola, chances ao gol e o placar de 1 a 0, o Rubro-Negro tinha tudo para sair com a vitória do Barradão e, enfim, sair das últimas posições. Mas o time conseguiu fazer um segundo tempo de uma péssima atuação e viu os paraenses virarem a partida, deixando os torcedores rubro-negros muito irritados com a equipe.
Não é exagero. O Vitória mudou da água para o vinho do tempo para o outro. O que vimos contra o Operário-PR, de fazer o gol e recuar o time, aconteceu no segundo tempo e a queda de rendimento foi fundamental para o revés que tirou a invencibilidade do técnico Wagner Lopes, que teve culpa no cartório.
Enquanto que, no primeiro tempo, Fernando Neto e Pablo Siles tiveram espaço para virar as bolas e darem qualidade ao meio-campo, no segundo, ambos não conseguiram ficar com a bola e vimos um Vitória com desempenho do primeiro turno: sem saída de bola, dando chutões e passando sufoco. Além disso, alguns atletas pareciam sem condicionamento físico para manter o padrão de jogo do primeiro tempo.
Assim e com falhas do lado direito do sistema defensivo (Van e Wallace), o Remo foi crescendo no jogo até chegar ao empate. Naquele momento, o Vitória não criava quase nada, mesmo com as entradas de Soares e Ronan no lugar de Bruninho e David. Mudanças que não fizeram qualquer efeito positivo.
Enquanto Wagner trocava seis por meia dúzia na esperança que algo acontecesse, o Leão azulino foi pra frente e o técnico tirou um volante e pôs o atacante Lucas Tocantins. Ousadia que deu certo e foi de Lucas o gol da vitória do Remo aos 43 do segundo tempo.
Banco de reservas
O Vitória precisa equilibrar intensidade, técnica e fator físico caso queira fugir do rebaixamento. Durante todo o ano, o Leão oscila demais o desempenho em campo e o jogo com o Remo foi um retrato disso. Alguns atletas cansam e parecem não aguentar os dois tempos, outros caem em produtividade e outros simplesmente somem em campo. Por isso, ter um banco de reservas qualificado é tão importante. Mas o Vitória não tem. A substituição de Bruninho por Soares não deu em nada. Bolota entrou completamente disperso em campo e só atrapalhou.
A mudança de Samuel por Eron também não tem ajudado. Eron não fez boas atuações enquanto esteve em campo. A saída de David para a entrada de Ronan também não fez efeito nos últimos dois jogos. Ou seja, se o banco não tem alterado o desempenho da equipe é porque ele não está funcionando. E só com 11 ninguém ganha jogo no futebol brasileiro hoje.
Por isso, Wagner Lopes terá que pensar muito em alternativas para que o time não caia tanto de rendimento quanto no jogo contra o Remo. O ideal seria a contratação de alguns atletas para elevar a qualidade, em especial do setor ofensivo. Mas com tantas controvérsias no extracampo, isso parece longe de acontecer.