O imaginário do futebol brasileiro e baiano é marcado pela presença de diversos ídolos. Desde os nomes mais antigos do desporto bretão na Boa Terra, como Popó, Dois Lados e Siri aos tempos mais recentes com nomes de ponta como Bebeto e tantos outros, poucos nomes exalaram em campo uma baianidade inerente ao seu modo de jogo como André. Conhecido nos gramados do Brasil afora como André Catimba, este craque rubro-negro ficou marcado pela formação de um dos maiores ataques da história do clube, bem como por gols e momentos memoráveis.
Carlos André Avelino de Lima nasceu em Salvador-BA no dia 30 de outubro de 1946. Baiano da Federação, ali começou a jogar bola e mesmo enfrentando a resistência da família, logo encontrou o caminho do futebol profissional no Guarany-BA por volta de 1964. Antes de chegar ao Vitória em 1971, André ainda passou por outros clubes tradicionais do estado como o Ypiranga e o Galícia. Mas foi no rubro-negro que ele apropriou-se do próprio talento e virou ídolo de gerações.
Seu primeiro gol pelo Leão foi marcado em abril de 1971, quando o Vitória venceu o time do Leônico por 3 a 1 no Campeonato Baiano. Naquele ano, André marcaou ainda outros oito gols. Foi em 1972 que o craque se consagrou ídolo. Junto de nomes como Osni e Mário Sérgio formou um trio de ataque fulminante, que nos dias 10 e 17 de dezembro abateu o Bahia por 2 a 1 e 3 a 1 respectivamente. Com um gol em cada jogo da final, o atacante cravou para sempre seu nome na história rubro-negra. Um título em que ele conquistou mesmo após um pai de santo da cidade de Cachoeira dizer que ele não tinha condições de jogo.
Outro causo envolvendo André ocorreu num BaVi de 1973, dia de aniversário de 74 anos do clube. Após um lance em que Osni provocou a defesa tricolor, a confusão se instaurou em campo fazendo até mesmo então governador Antônio Carlos Magalhães descer das tribunas de honra da Fonte Nova para apaziguar os ânimos. E tal como ídolos retroativos a sua passagem, como Romenil, meteu-se numa briga que era sua por tabela. Naquela tarde, André marcou o único gol que deu a vitória ao Decano no clássico.
Com uma marca de 90 gols entre os anos de 1971 a 1975, ele deixou o Vitória e fez seu nome em outros clubes como Grêmio, o Guarani e o Argentino Juniors-ARG. Mais tarde reencontrou-se na Toca já na condição de treinador interino, assumindo o cargo após a saída de Valmir Louruz. Em 2003, seu nome estampou um troféu oferecido pelo Vitória aos ex-atletas do clube de destaque no exterior. Uma condição que prova que até hoje, André Catimba é um ídolo eterno da nação rubo-negra.