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Argel elogia regularidade e mira jogo contra o Vasco

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Na coletiva após mais um triunfo pelo Campeonato Baiano, o 2 a 0 contra o Atlântico que manteve os 100% de aproveitamento no estadual, o treinador Argel Fucks voltou a elogiar a sequência de vitórias na competição, que agora chegou a seis. Há 21 anos, o Vitória não vencia seus seis primeiros jogos do Campeonato Baiano.

“Acho importante. Nossa equipe está sempre querendo melhorar, e esse é um dado importante, pela dificuldade que é você jogar o Campeonato Baiano. Parece fácil, mas não é. É importante também salientar que nos últimos quatro jogos, não levamos gols. Também mostra uma solidez defensiva, são dados que vão fortalecendo o trabalho da nossa equipe, mas temos a humildade de reconhecer que ainda vamos evoluir”, afirmou o treinador.

O técnico esclareceu também as mudanças feitas na equipe para o jogo de hoje, além de trazer aspectos que reparou no jogo do Atlântico.

“O adversário se fechou bastante buscando o contra-ataque, tentando explorar um jogada de bola parada. Mudamos um pouco a forma de jogar, vínhamos jogando no 4-2-3-1, hoje jogamos com um ‘quadrado’ no meio-campo: dois volantes, dois meias e dois atacantes de mobilidade. O David fazendo o falso nove, com essa mobilidade, essa verticalidade, dois jogadores rápidos na frente. É muito difícil você furar o bloqueio do adversário, que fez duas linhas de quatro e se defendeu bem. A partir do momento que você faz o primeiro gol, você pensa que o adversário vai sair lá de trás, e não acontece isso no futebol baiano. O adversário acaba tomando o gol e se fecha mais ainda, e a gente teve que ter paciência. O gol poderia sair no primeiro ou no último minuto, como saiu. O importante é ter tranquilidade, controlar o jogo, que uma hora ou outra você vai fazer o gol”, disse.

Acerca da formação tática com dois meias, Argel afirmou que pode voltar a utilizá-la.

“É uma possibilidade, hoje eu queria ver isso. Nós preservamos alguns jogadores que vinham numa sequência muito grande de jogos. Nós jogamos na quinta-feira lá, contra a equipe do Galícia, e jogar hoje, às quatro horas da tarde… Até eu senti o calor hoje no começo do jogo, foi um dos dias mais quentes que nós pegamos aqui para trabalhar. Então a gente deu uma preservada em alguns jogadores, e ao mesmo tempo colocamos um sistema de jogo diferente para ver. Essa atuação do Gabriel Xavier, que tá voltando agora, um jogador importante, aquele meia-atacante que arranca com a bola, que chuta de fora da área. Deu um chute muito bonito no segundo tempo, a bola acabou batendo no travessão. Queria ver o Cleiton Xavier do lado dele, com dois atacantes de mobilidade na frente. A gente pode também jogar nessa função, não somos adeptos só a um sistema de jogo”, esclareceu.

O treinador não poupou elogios à atuação do meia Gabriel Xavier, que retornou no jogo de hoje após mais de um mês de recuperação. Elogiou também o estreante Patric e o zagueiro Vinícius.

“Claro que sim. Eu gostaria de ter o Gabriel (Xavier), até porque ele já tinha sido meu jogador há uns dois anos atrás, na Portuguesa, fui eu que lancei ele da base da Portuguesa. E o Gabriel acabou tendo uma lesão, o que não acontece, ele não é o tipo de jogador que se machuca muito, não, até por ser jovem também. Um jogador de mobilidade, a gente queria vê-lo jogando hoje, preparamos o Gabriel. Existe todo um processo de transição. O jogador tem uma lesão, ele não vai sair do departamento médico, treinar dois dias e já ir direto pro jogo, porque a gente corre o risco de acontecer de novo, daí ao invés de ficar quinze dias, ele vai ficar quarenta dias. Então nós temos esse segmento, junto com a parte da fisiologia e o departamento médico. O jogador sai, a partir de uma semana ele faz o trabalho de transição, vai se soltando, sentido como está e aí sim, começa a ser uma opção, vai fazer coletivo. Então nós preparamos o Gabriel, preparamos o Caíque, que estava treinando separado, não estava fazendo coletivo, vinha num trabalho apenas para manter (a parte física) mesmo. Você precisa preparar o jogador para dar a condição mínima, técnica e principalmente física, por isso o Patric e o Gabriel conseguiram jogar os 90 minutos. Os dois tiveram uma atuação muito boa. Gostei muito do Vinícius também, que desde setembro tem tido poucas oportunidades comigo e nunca abaixou a cabeça. De modo geral, eu gostei da equipe”, disse.

Questionado se nota que a equipe finalmente está ganhando liga, Argel voltou a destacar a regularidade e os números obtidos pelo Vitória até aqui. Voltou a citar também a desgastante sequência de jogos e a rotatividade dentro do elenco, além de conjecturar acerca do jogo contra o Vasco.

“Os resultados estão aí e não tem muito o que contestar. Contra números não há argumentos, essa é a verdade, agora a gente reconhece que precisamos ainda melhorar a nossa exibição. O que as pessoas precisam entender é que futebol não é basquete. Você não vai dar cinco, seis todo dia, não existe isso. Lembro na época em que o Flamengo montou o ataque dos sonhos, com Sávio, Edmundo e Romário. Virou o ataque dos pesadelos, não fizeram gol em ninguém. E são grandes craques. Então o futebol tem essa liga, tem esse encaixe, e também necessita de tempo para buscar esse encaixe. Nós temos exatamente sessenta dias de trabalho, são muitos jogos em cima e poucos tempo para trabalhar. A tabela até foi favorável, a gente teve de segunda a quinta, agora de novo, o jogo com o Vasco pulou pra quinta. O Vasco não jogou na rodada, tá descansando e recuperando seus jogadores. Então a gente também fez isso, preservamos alguns jogadores e vamos ter tempo para treinar. A gente sabe que este jogo da quinta-feira é um jogo de calibre diferente, sabemos que é um jogo muito duro e, dependendo deste resultado, saberemos se o sorteio foi bom ou ruim. A motivação também é diferente, acredito que nos grandes jogos vão aparecer, sim os grandes jogadores nossos. Precisamos buscar um bom resultado no Rio de Janeiro”, afirmou.

O comandante rubro-negro finalizou a coletiva falando sobre o meia Jhemerson.

“Ele vem jogando alguns jogos. O dia-a-dia é que vai escalando a equipe, o treinamento. É claro que a concorrência aumentou, é normal, hoje nós temos vários jogadores na função do Jhemerson, mas ele é garoto e está sendo bem lapidado e bem cuidado. Não é chegar e colocar o garoto, jogar toda a responsabilidade de uma equipe em cima do garoto. Com calma, com tranquilidade a gente vai usar ele, como a gente usou o Cedric, o próprio David teve no ano passado um processo bem parecido. Gosto muito de trabalhar com jogadores da base, o clube vive disso e o Vitória é um clube que sempre trabalhou muito bem na base. A gente vai ter sempre um cuidado especial com esse tipo de jogador”, finalizou.

O Vitória volta a campo na próxima quinta-feira (9), às 19h15, em São Januário, no Rio de Janeiro. Será o jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil.


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