Caro torcedor, agora que você já gritou, xingou e sofreu, já deitou sua cabeça no travesseiro, teve pesadelos com escolas de samba e agora começou o dia com a cabeça mais fria, peço que acompanhe o meu pensamento para tentarmos enxergar o jogo de ontem por uma outra perspectiva, ok?
Lembra quando éramos mais novinhos, quando ficávamos doentes, delirando em febre, que as nossas mamães nos colocava debaixo da água fria, para abaixar a temperatura e amenizar a situação? Pois bem, era exatamente o que o Vitória, e consequentemente nós, torcedores, precisávamos: um banho de água fria;
Para lembrar que o nosso lateral-esquerdo joga quando quer, que a dupla de zaga, apesar do entrosamento, falha nas piores horas, que Marquinhos e Vander não são os salvadores da pátria, que o Dinei, embora tenha jogado bem nas últimas partidas, é um atacante limitado, e pior do que tudo isso, que vivemos a triste “Ninodependência”.
Ser eliminado na segunda fase da Copa do Brasil pelo modestíssimo Salgueiro acaba com a garantia de mais dinheiro nos cofres do clube e mais visibilidade no cenário nacional, já que as equipes eliminadas da Libertadores da América integrarão a competição a partir daqui.
Ser eliminado na segunda fase da Copa do Brasil pelo modestíssimo Salgueiro mostra que ser campeão estadual sobre os restos mortais do atual segundo clube local não faz do Vitória a grande promessa para a Série A do Brasileirão, como muitos estavam especulando.
O time é limitado. Os atletas jogam de acordo com a lua e faltam peças eficientes de reposição. O tempo de dançar o “Lelek lek”, o “Ziriguidum”, passou. A eliminação precoce precisa ser encarada como combustível para a mudança – que precisa ser rápida, já que no sábado já teremos a primeira batalha da grande guerra. É hora de falar menos e fazer mais.
Foto: Robson Mendes/Correio*