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Barradão 30 Anos: O “Perônio” e o começo de tudo

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O Estádio Manoel Barradas foi inaugurado exatamente no ano de 1986, mas os desdobramentos de sua construção começaram com mais de 30 anos de antecedência. Ao profissionalizar o departamento de futebol, na década de 1950, os dirigentes do rubro-negro já visualizavam investimentos em estrutura e patrimônio como parte do desenvolvimento do clube no esporte.

O sonho começou se tornar realidade na década de 1970, com a aquisição de uma chácara em uma região distante do Centro de Salvador, onde o clube foi fundado e mantinha suas sedes. Toda a compreensão da história do clube aplicada neste trabalho se baseia no livro “Barradão, alegria, emoção e Vitória”, escrito pelos torcedores Alexandro Ramos Ribeiro e Luciano Souza Santos.

A compra da chácara do Dr. Paiva Lima na Estrada Velha do Aeroporto, em 1972, foi o começo de tudo. O conselheiro Benedito Dourado Luz, responsável pela articulação do negócio, avalizou, junto com Manoel Pontes Tanajura, um empréstimo junto ao Banco Mineiro do Oeste, possibilitando a compra da área onde seria construída a Toca do Leão e, mais tarde, o Estádio Manoel Barradas. (RIBEIRO, SANTOS; 2006, p. 68)

Na chácara foi construída a primeira concentração de jogadores profissionais do Vitória, além de um pequeno campo de treinamento, pondo fim aos aluguéis e empréstimos de equipamentos do tipo. Era o ponto de partida do atual complexo esportivo Benedito Dourado Luz, a conhecida Toca do Leão.

Visão geral do Complexo Esportivo Benedito Dourado Luz. Clique para ampliar.
Visão geral do Complexo Esportivo Benedito Dourado Luz. Clique para ampliar.

O prédio foi batizado de Concentração Raimundo Rocha Pires, em homenagem ao presidente do Leão na época da aquisição, o “Pirinho”. Atualmente a concentração atende aos jogadores da divisão de base do Vitória, já que em 2001 o clube adquiriu uma chácara vizinha, dando origem à Concentração de Profissionais Vidigal Guimarães, utilizada pelos atletas profissionais atualmente.

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Garotos no campo do Perônio, década de 1980. Clique para ampliar.

Já o campo, hoje utilizado para a avaliação de possíveis novos atletas, as famosas “peneiras”, mantém a sua estrutura original e o apelido de “Perônio”, dado ainda na década de 1970, por conta do seu piso duro, responsável por diversas lesões de jogadores no osso homônimo.

O terreno principal, que deu origem ao Estádio Manoel Barradas, só passou a ser do Vitória em 1974, fruto de uma doação da prefeitura de Salvador, na gestão de Clériston Andrade. A área de 126 mil metros quadrados pertencia ao antigo aterro sanitário da cidade, que havia sido desativado. Mas havia um temor do projeto não sair, já que o rubro-negro já havia “batido na trave” em outras possibilidades de construir o seu estádio.

O investimento exclusivo no futebol também retirou um terreno que o Vitória possuía na Avenida Vasco da Gama, nas imediações do Hospital Geral do Estado. Existia um projeto para a construção do estádio rubro-negro naquele local e o trabalho chegou, inclusive, a ser iniciado. O mesmo já havia acontecido com uma área pertencente ao clube na Ondina, onde hoje funciona a Universidade Federal da Bahia. (RIBEIRO, SANTOS; 2006, p. 71)

O temor tornou-se maior após os planos de expansão do patrimônio rubro-negro estagnarem durante o fim da década de 1970. O Leão chegou a abandonar a área e comandou treinamentos nos campos do Estádio de Pituaçu, do Parque Santiago, do Galícia, e da Vila Canária, do Ypiranga, além de concentrar os jogadores em hotéis. Mas o início da década seguinte alguns conselheiros se uniram e viabilizaram uma reforma e adequação da área, motivando também o início da construção do Santuário.

Continua…

Leia também: Barradão 30 anos: a construção e o surgimento do santuário


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